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Economia

Governo libera crédito consignado privado sem teto de juros e aquece disputa entre bancos

Novo modelo prevê forte concorrência com setor privado e pode movimentar até R$ 200 bilhões

08/02/2025 às 13:10 por Redação Plox

O governo federal está prestes a lançar um novo modelo de crédito consignado privado, sem a imposição de um teto de juros, medida que visa ampliar o acesso ao crédito para trabalhadores do setor privado com carteira assinada. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal deverão atuar fortemente nesse mercado, embora sem preferência sobre os bancos privados.

A expectativa no setor financeiro é de uma disputa intensa entre bancos públicos e privados para oferecer taxas de juros mais baixas, considerando que o relacionamento bancário com trabalhadores do setor privado é mais pulverizado do que no caso de servidores públicos e aposentados.

Foto: PIXABAY

Crédito consignado pode alcançar R$ 200 bilhões

Os principais bancos do país estimam um crescimento significativo na carteira de crédito consignado privado. Atualmente avaliada em R$ 40 bilhões, a projeção é de que esse valor atinja pelo menos R$ 120 bilhões, podendo chegar a R$ 200 bilhões, segundo o presidente do Santander, Mario Leão.

O impacto esperado no mercado financeiro tem sido comparado ao efeito que o Pix teve sobre os meios de pagamento no Brasil. Para o governo, o novo modelo de crédito poderá ser um mecanismo essencial para impulsionar a economia e fortalecer o consumo interno.

Pressão do mercado e cenário econômico

A iniciativa ocorre em um momento desafiador para a economia, com o Banco Central adotando medidas para conter a inflação. No último dia 29, a instituição elevou a taxa básica de juros (Selic) para 13,25% ao ano, com uma taxa real de 9,18%.

Apesar da política monetária restritiva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido a necessidade de ampliar o crédito em diversas frentes. Em reunião com os dirigentes dos bancos públicos, discutiu estratégias para facilitar o acesso ao crédito, principalmente para pequenos empreendedores, setor que será priorizado na segunda metade do mandato.

O governo também planeja reforçar financiamentos imobiliários, investimentos em infraestrutura e a modernização do parque industrial brasileiro, setores que contarão com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"Muitas políticas de crédito"

Lula já antecipou que novas medidas de estímulo ao crédito serão anunciadas nos próximos dias. Durante evento na Bahia, na sexta-feira (7), o presidente afirmou:

"Temos alguns programas que vamos anunciar a partir de semana que vem. Não vou falar (detalhes) porque é surpresa. Sabe por quê? Porque quero mais crédito para o povo."

Ele destacou ainda a importância da circulação do dinheiro na economia real:

"A hora que o dinheiro começa a circular na mão das pessoas, ninguém aqui vai comprar dólar nem depositar no exterior, vão comprar comida, roupa, material escolar e vão melhorar a vida da cidade de vocês."

Bancos privados e a defesa da ausência de teto

Na semana passada, Lula se reuniu com os dirigentes dos maiores bancos privados e com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney. No encontro, os banqueiros defenderam que o novo crédito consignado privado não tenha um teto de juros, demanda que deverá ser atendida pelo governo.

Atualmente, na modalidade consignado do INSS, o limite de juros é de 1,80% ao mês. A nova linha de crédito, no entanto, não contará com essa restrição, o que aumenta a expectativa de sua rápida implementação.

Impactos e desafios

A pressão do governo para estimular o crédito tem sido acompanhada de perto pelo mercado financeiro. Especialistas avaliam que o Banco Central continuará adotando medidas para conter a inflação, enquanto Lula buscará estratégias para evitar uma queda brusca no Produto Interno Bruto (PIB).

Um dos principais receios do mercado é a possibilidade de o governo injetar recursos diretamente nos bancos públicos, como ocorreu durante a gestão de Dilma Rousseff. Caso isso aconteça, analistas preveem uma reação negativa.

Por outro lado, defensores do novo modelo argumentam que a modalidade de crédito consignado privado pode reduzir os custos dos empréstimos, uma vez que o pagamento é garantido pelo salário do trabalhador. Dessa forma, o risco de inadimplência diminui, tornando as taxas potencialmente mais acessíveis ao consumidor.

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