Nikolas Ferreira é indiciado no Conselho de Ética por fala transfobica durante sessão
Parlamentar colocou peruca loira e ironizou a identidade de gênero, gerando repúdio de deputadas e pedido de cassação
Por Plox
08/03/2023 17h18 - Atualizado há cerca de 2 anos
Durante uma sessão na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (8), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez uma declaração que será alvo de um processo no Conselho de Ética. O deputado usou uma peruca loira e ironicamente afirmou que se sentia uma mulher, dizendo que por isso ele tinha o direito de falar no Dia Internacional da Mulher, o que gerou indignação em grupos LGBTQ+ e em alguns parlamentares, incluindo as deputadas Tabata Amaral (PSB) e Fernanda Melchionna (PSOL).

Tabata Amaral afirmou que a transfobia é um crime, que ultrapassa o direito à imunidade parlamentar, e juntamente com a bancada do PSB, apresentou um pedido para cassar o mandato de Nikolas Ferreira. De acordo com a Lei do Racismo (Lei 7.716/1989), casos de homofobia e transfobia são considerados crimes e podem levar à prisão por um período de um a três anos.
Essa não é a primeira vez que o deputado é acusado de transfobia. Em fevereiro, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais acatou um recurso do Ministério Público e determinou que Nikolas Ferreira responda por injúria racial contra a deputada Duda Salabert (PDT-MG), que apresentou queixa após o parlamentar ter afirmado que iria se referir a ela apenas como "ele" em uma entrevista. A pena nesse caso pode chegar a três anos de prisão.