Pesquisa revela que 1 a cada 3 lares no Brasil é mantido por mulheres

Levantamento do Serasa mostra que a participação feminina nas finanças do lar cresceu, mas mulheres ainda enfrentam dupla jornada

Por Plox

08/03/2025 09h42 - Atualizado há 16 dias

No Dia Internacional das Mulheres, um estudo do Serasa revelou que 33% dos lares brasileiros são mantidos exclusivamente por mulheres. O levantamento, realizado pelo Instituto Opinion Box entre 14 e 24 de fevereiro de 2025, entrevistou 1.383 mulheres em todo o país e destacou o crescimento do protagonismo feminino na economia doméstica.


Imagem Foto: Agência Brasil


O estudo mostrou que quanto menor a classe social, maior a presença feminina na liderança financeira dos lares. Entre as famílias das classes D e E, 43% têm mulheres como únicas responsáveis pelo sustento. Em contrapartida, esse índice cai para 18% nas classes A e B.


Além disso, 93% das mulheres brasileiras contribuem financeiramente para a casa, um aumento em relação a 2023, quando esse número era de 88%.



Apesar do avanço na economia familiar, a dupla jornada segue sendo uma realidade. Segundo a pesquisa, 90% das entrevistadas afirmaram que, mesmo trabalhando fora, ainda são as principais responsáveis pelas tarefas domésticas. Elas relatam não ter escolha entre um ou outro, acumulando funções dentro e fora de casa.


Mesmo assim, 85% das mulheres consideram positiva essa maior presença feminina na gestão financeira, um espaço que, até pouco tempo atrás, era dominado pelos homens. Para Patrícia Camillo, gerente da Serasa, essa mudança representa um passo importante para o equilíbrio econômico familiar. \"Felizmente, percebemos o crescimento do papel das mulheres na gestão financeira dos lares, garantindo um orçamento mais controlado\", afirmou.



No entanto, a valorização desse esforço ainda é desigual. Apenas 66% das mulheres sentem que seu trabalho externo é reconhecido dentro de casa. Esse percentual varia conforme a renda: entre as mulheres de classe alta, 83% percebem valorização, enquanto esse número cai para 73% na classe média e chega a 53% nas famílias de classe E.


A pesquisa reforça o papel essencial das mulheres na economia familiar, mas também evidencia os desafios que elas ainda enfrentam para conciliar carreira e vida doméstica, especialmente nas camadas mais vulneráveis da sociedade.


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