Surto de sarampo nos EUA causa mortes e governo emite alerta de viagem

Com mais de 200 casos e duas mortes confirmadas, autoridades alertam para aumento da contaminação e reforçam importância da vacinação

Por Plox

08/03/2025 11h01 - Atualizado há 7 dias

O aumento acelerado dos casos de sarampo nos Estados Unidos já deixou duas vítimas fatais e resultou em um alerta de viagem emitido por autoridades sanitárias. O surto, concentrado no sudoeste do país, já contabiliza mais de 200 infectados.


Imagem Foto:


Os estados do Texas e Novo México registraram, respectivamente, 198 e 10 casos até esta sexta-feira (7). Entre as vítimas, nenhuma estava vacinada. No caso do Novo México, o diagnóstico positivo para sarampo foi confirmado após a morte do paciente, levando os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC) a classificarem o óbito como decorrente da doença.


Com a proximidade da alta temporada de viagens no país, o CDC emitiu um alerta reforçando a necessidade de vigilância médica para sintomas como febre e erupções cutâneas. Segundo a entidade, novos casos são esperados devido à rápida disseminação da infecção.



O sarampo é altamente contagioso, transmitido por gotículas respiratórias que podem permanecer suspensas no ar por até duas horas após a saída de uma pessoa infectada do ambiente. Os sintomas incluem febre, problemas respiratórios e erupções, mas as complicações podem ser graves, como pneumonia, encefalite e até morte.


A vacinação é considerada a principal forma de proteção contra a doença. Nos EUA, a imunização contra o sarampo é obrigatória para crianças a partir de 12 meses e oferece 93% de proteção com uma dose, chegando a 97% após a segunda.


No entanto, os índices vacinais no país têm caído, em grande parte devido à disseminação de desinformação sobre vacinas desde a pandemia de Covid-19. A taxa de imunização recomendada pelo CDC para garantir a imunidade coletiva é de 95%, mas os dados mais recentes mostram que a cobertura entre crianças de pré-escola caiu para 92,7% em 2023-2024.



O secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., conhecido por seu histórico de críticas à vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), mudou de postura diante do avanço do surto. Apesar de ter associado falsamente a vacina ao autismo no passado – uma tese refutada pela ciência –, ele passou a recomendar a imunização.


Ainda assim, Kennedy Jr. também tem promovido tratamentos alternativos, como o uso de vitamina A e esteroides. Embora esses métodos sejam reconhecidos como auxiliares, especialistas alertam que focar neles pode desviar a atenção da urgência de aumentar a taxa de vacinação.


O surto segue em expansão e as autoridades continuam reforçando a necessidade de adesão à imunização para conter novos casos e evitar mais mortes.



Destaques