Software ajuda Polícia Civil a entender morte do garoto Henry Borel

“O software contribuiu de maneira muito importante para a investigação”, afirmou o delegado Antenor Lopes

Por Plox

08/04/2021 18h39 - Atualizado há mais de 3 anos

Um software israelense Cellebrite Premium, usado para recuperar conversas no Whatsapp, foi o ponto chave da prisão de Dr. Jairinho (padrasto da criança) e Monique Medeiros (mãe da criança) nesta quinta-feira (8). O casal é acusado de matar o garoto Henry Borel, de 4 anos, no início de março.   

Foto: Reprodução

 

O delegado Antenor Lopes, diretor do Departamento Geral de Polícia do Rio de Janeiro, disse que não há dúvidas que a criança foi assassinada pela mãe e pelo padrasto. “O software contribuiu de maneira muito importante para a investigação”, afirmou.

Na coletiva desta quinta, o delegado Henrique Damasceno, contou sobre uma conversa de Monique com a babá da criança, onde a babá relata que a criança havia apanhado do padrasto em casa.  Ainda de acordo com o delegado, na conversa é relatado que o menino estava trancado no quarto com Jairinho e tinha levado uma rasteira e chutes.

“Nós encontramos no celular da mãe prints de conversa que foram uma prova extremamente relevante, já que são do dia 12 de fevereiro. E o que nos chamou a atenção é que era uma conversa entre a mãe e a babá que revelava uma rotina de violência que o Henry sofria. A babá relata que Henry contou a ela que o padrasto o pegou pelo braço, deu uma rasteira e o chutou. Ficou bastante claro que houve lesão ali. A própria babá fala que o Henry estava mancando", disse o delegado.

 

Foto: Reprodução

 

Na madrugada do dia 8 de março, a criança foi levada ao hospital já sem vida, no laudo da morte estava apontando sinais de violência. No dia, apenas Monique e Jairinho estavam em casa com a criança. O casal preso hoje (8), exato um mês após o acontecido, está sendo acusado de  homicídio duplamente qualificado e por tentar atrapalhar as investigações.

"Hoje temos todos os elementos probatórios e podemos sim afirmar que temos provas que essa criança [Henry] foi assassinada e não foi vítima de um acidente doméstico. O Cellebrite foi uma prova técnica essencial, muito forte, onde o delegado [Damasceno] embasou seu pedido de prisão, que é corroborado pelo Ministério Público e acabou sendo deferido pela juíza do 2º Tribunal do Júri. As demais provas técnicas da simulação e laudos médicos legais estão sendo finalizados e serão oportunamente juntados aos autos", destacou Antenor Lopes.

O delegado Antenor Lopes, disse ainda que o equipamento estava parado a alguns anos, mas o governador do estado sensibilizado com o caso de Henry, liberou verba para que ele fosse comprado.

"O governador Cláudio Castro, sensibilizado com esse caso, liberou verba no último dia 31 e conseguimos adquirir esse equipamento de última geração, que foi fundamental para o esclarecimento desse caso. Conseguimos obter provas importantíssimas que levaram o delegado a solicitar o pedido de prisão à Justiça. O Ministério Público nos apoiou integralmente e hoje efetuamos a prisão do casal", concluiu.

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