Audiência em Ipatinga discute internação involuntária de dependentes químicos

Audiência pública discutirá política municipal baseada em lei federal para combater dependência química e acolher famílias em sofrimento

Por Plox

08/04/2025 15h00 - Atualizado há 10 dias

O drama vivido por famílias que enfrentam a dependência química terá espaço de discussão nesta terça-feira (08), às 18h30, no Plenário da Câmara Municipal de Ipatinga. A audiência pública, proposta pelo vereador Matheus Braga, propõe debater a internação involuntária como possível resposta à crescente crise social causada pelo uso de drogas.




O encontro pretende reunir profissionais da saúde, representantes da segurança pública, membros da assistência social e familiares de dependentes, que compartilharão relatos de dor e esperança. Matheus Braga, que também é autor do projeto de lei municipal sobre o tema, destaca que o debate visa à criação de uma política pública que reflita o desejo da população e garanta a efetividade no tratamento dos usuários.


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“Recebo diariamente pedidos de socorro de famílias que não sabem mais o que fazer. A internação involuntária, prevista na lei federal 13.840/2019, pode ser a única chance de resgatar essas pessoas”, declarou o vereador. Ele lembra que sua proposta busca formalizar essa política de forma estruturada no município.



A medida prevê que o município poderá custear os tratamentos por meio de recursos próprios, com possibilidade de credenciar clínicas habilitadas. Segundo a legislação vigente, a internação pode ser solicitada por familiares, desde que acompanhada de laudo médico ou social. Nos casos em que não se localiza a família, profissionais habilitados da saúde e da assistência podem autorizar a medida.


Em entrevista ao Plox, Matheus Braga contextualizou sua iniciativa: “Nós provocamos esse debate para que toda a sociedade participe da construção dessa política pública. A atual estrutura federal não tem oferecido suporte suficiente, então o município precisa assumir essa responsabilidade”.



A dor dos familiares é uma constante nesse cenário. Um dos relatos mais marcantes é o de uma mãe, que preferiu não se identificar: “Tentamos de tudo com meu filho. Hoje ele vive nas ruas e eu só peço que haja uma chance de salvá-lo. A internação involuntária é minha última esperança”.


A audiência é aberta ao público e busca unir autoridades e população na busca por soluções humanas, eficazes e urgentes para o problema que afeta diretamente a vida de muitos ipatinguenses.



O evento propõe, acima de tudo, escutar quem sente na pele os impactos da dependência química e propor alternativas que possam devolver dignidade e saúde às famílias e aos dependentes em situação de vulnerabilidade.


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