China promete revidar tarifas de Trump e eleva tensão comercial com os EUA

Governo chinês reage duramente após anúncio de novas taxas americanas e diz que adotará contramedidas para proteger seus interesses

Por Plox

08/04/2025 08h59 - Atualizado há 15 dias

A disputa comercial entre China e Estados Unidos voltou a ganhar força nesta terça-feira (8), após o governo chinês afirmar que combaterá até o fim as tarifas impostas por Donald Trump. A resposta firme veio em reação à ameaça do presidente americano de aumentar significativamente as taxas sobre produtos chineses, gesto que reacende a guerra tarifária entre as potências.


Imagem Foto: Divulgação


Apesar da queda global nos mercados na segunda-feira (7), causada pelo temor de recessão mundial diante do embate econômico, Trump manteve sua postura agressiva. Na semana passada, a China havia reagido à ofensiva dos EUA, anunciando uma tarifa de 34% sobre produtos americanos, com vigência marcada para quinta-feira (9).


Em contragolpe, Trump sinalizou a intenção de elevar as tarifas americanas a até 104%, reforçando o clima de tensão. “Tenho um grande respeito pela China, mas não podem fazer isso”, declarou o presidente em pronunciamento na Casa Branca.



As declarações americanas provocaram críticas contundentes do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, que classificou a postura dos EUA como baseada em “pressões, ameaças e chantagens”. Em nota oficial, o Ministério do Comércio da China condenou a atitude de Washington como uma sucessão de erros e reiterou que o país adotará “contramedidas” para proteger seus direitos, mesmo mantendo o apelo por diálogo.


“A China lutará até o fim”, destacou a nota do ministério, reforçando que o país não aceitará imposições unilaterais.



Enquanto isso, os mercados globais tentaram se recuperar nesta terça (8), após o tombo do dia anterior. A Bolsa de Tóquio, por exemplo, encerrou o dia com alta de mais de 6%, revertendo a queda de 8% registrada anteriormente. Na Europa, os principais índices também abriram em valorização.


Economistas alertam que a intensificação do conflito comercial pode provocar efeitos negativos como alta da inflação, desemprego e desaceleração do crescimento econômico global.


Na origem do conflito está o argumento de Trump de que os EUA foram economicamente prejudicados por outras nações ao longo dos anos. Por isso, ele anunciou uma tarifa geral de 10% sobre todos os produtos importados e taxas específicas para determinados países: 20% para os membros da União Europeia e 46% para o Vietnã, a partir desta quarta-feira (9).



Em resposta à decisão americana, os 27 países da União Europeia buscaram uma saída conjunta e propuseram uma isenção mútua de tarifas para produtos industriais, incluindo veículos. No entanto, Trump rejeitou a proposta. “Não, não é suficiente”, afirmou, criticando a falta de reciprocidade dos europeus na compra de produtos americanos.


O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que as tarifas anunciadas em 2 de abril buscam fortalecer a posição do país nas negociações. Segundo ele, cerca de 70 países já iniciaram contatos com Washington, e Trump está disposto a negociar desde que haja garantias de abertura de mercados estrangeiros para os produtos dos Estados Unidos.


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