Deputados querem proibir armas para segurança de Lula e ministros
Projeto propõe que seguranças de autoridades do Executivo não utilizem armamento, em coerência com a postura desarmamentista do governo
Por Plox
08/04/2025 16h10 - Atualizado há 11 dias
Deputados federais alinhados à pauta pró-armas deram início à tramitação de um projeto de lei polêmico que visa impedir o uso de armas de fogo por parte dos seguranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seus ministros.

A justificativa para a proposta é baseada na postura desarmamentista do governo federal. Segundo os parlamentares, essa medida representaria uma coerência entre o discurso adotado pelo Executivo e a prática dentro da própria estrutura governamental.
A proposta entrou na pauta da Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (8). No entanto, a votação foi adiada devido à obstrução liderada por membros do próprio PL, que exigem que seja pautada a anistia dos presos do 8 de Janeiro antes de qualquer outra deliberação.
O requerimento foi apresentado pelo deputado Delegado Caveira (PL-PA), que argumenta que os profissionais responsáveis pela proteção de Lula e de seus ministros devem estar alinhados com a ideologia do mandatário. Para ele, a utilização de armamento por parte desses agentes contradiz o compromisso do governo com uma cultura de paz.
– É uma medida coerente com a visão do atual governo de promover uma cultura de paz, reduzir a violência e buscar soluções não violentas para os desafios de segurança – declarou Caveira.
O deputado Gilvan da Federal (PL-ES), relator da proposta, reforçou o argumento ao afirmar que é moralmente inaceitável que os seguranças de autoridades do Executivo estejam armados enquanto a população comum enfrenta restrições no acesso a armas.
– Consideramos fundamental a adequação da segurança do presidente da República e de seus ministros de Estado à realidade imposta pelos mesmos ao cidadão comum – disse Gilvan.
O projeto ainda deve enfrentar forte resistência dentro da Câmara, mas chama atenção pela tentativa de aplicar ao próprio governo federal as restrições que ele defende publicamente para o restante da população.