Lula diz que ninguém quer viver de favor e defende educação e trabalho como caminhos para independência
Durante visita a Minas Gerais, presidente destacou expansão de fábrica farmacêutica e reforçou importância da geração de empregos e da distribuição de renda
Por Plox
08/04/2025 07h29 - Atualizado há 11 dias
Durante uma cerimônia realizada em Montes Claros, no Norte de Minas, nesta segunda-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a defesa do trabalho e da educação como caminhos essenciais para o sustento digno e a superação da pobreza no Brasil.

O evento marcou o anúncio de um robusto investimento de R$ 6,4 bilhões da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, destinados à ampliação de sua fábrica na cidade. A expansão deverá gerar 600 novos empregos diretos, oportunidade que o presidente destacou como um reflexo positivo do avanço industrial aliado à qualificação profissional.
Lula enfatizou que programas sociais, como o Bolsa Família, são importantes, mas devem servir como apoio temporário. “Ninguém quer viver de favor de ninguém”, afirmou. Segundo ele, o ideal é que os beneficiários desses programas possam conquistar sua própria renda através do trabalho. “O Bolsa Família é um programa até que as pessoas consigam sobreviver por conta própria”, reiterou.
Na mesma ocasião, o presidente relembrou conquistas de seus mandatos anteriores na área da educação. Ele citou o Programa Universidade para Todos (Prouni) e melhorias no Fies, que contribuíram para elevar o número de estudantes no ensino superior de 3 milhões para 8 milhões. Lula disse sentir orgulho por ter contribuído para uma “revolução educacional”, que possibilitou o acesso de jovens periféricos às universidades.
“Não há nada mais dignificante do que trabalhar e, com o seu esforço, levar o sustento para casa”, declarou Lula. Ele afirmou ter visto a felicidade dos trabalhadores da fábrica em Montes Claros e destacou que empregos com qualificação são fundamentais para transformar vidas.
A defesa da ampliação da isenção do Imposto de Renda também foi pauta do discurso. Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçaram a importância do projeto que propõe isenção para quem recebe até R$ 5 mil mensais. Haddad acrescentou que cerca de 10 milhões de brasileiros serão beneficiados com a isenção total, e outros 5 milhões, com rendas entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, pagarão menos impostos.
Haddad fez questão de destacar que a proposta não compromete as contas públicas, pois visa equilibrar o sistema ao tributar contribuintes com rendimentos superiores a R$ 1 milhão por ano que atualmente não pagam Imposto de Renda. “Não é populismo. É equilíbrio fiscal com justiça social”, argumentou.
O ministro ainda criticou a desigualdade na distribuição de renda do país, afirmando que, embora o Brasil esteja entre as dez maiores economias do mundo, é também um dos mais desiguais. Segundo ele, é fundamental que os mais ricos contribuam com o sistema tributário para viabilizar projetos de redistribuição e inclusão em todo o território nacional.