Moraes afirma que retorno de Bolsonaro ao poder é impossível

Durante uma entrevista concedida à revista norte-americana The New Yorker, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, falou abertamente sobre a situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro e as ameaças à democracia via redes sociais.

Foto: STF

Na conversa, publicada na segunda-feira (7), Moraes destacou que não há nenhuma possibilidade de reversão da inelegibilidade de Bolsonaro, que atualmente está impedido de disputar eleições até 2030, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), devido a condenações por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação.

Segundo Moraes, o fato de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter apresentado denúncia contra Bolsonaro e seus aliados pela tentativa de golpe em 2022 desmente qualquer narrativa de perseguição política. Ele ressaltou que, além da Polícia Federal, o próprio procurador-geral da República optou por formalizar a acusação, o que reforça a legitimidade do processo.

“O próprio procurador-geral decidiu apresentar denúncia”, afirmou o ministro. “Ele tem duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral à inelegibilidade. Então, não há possibilidade de seu retorno porque ambos os casos já foram apelados e agora estão no Supremo Tribunal Federal. Somente o Supremo Tribunal poderia revertê-los, e não vejo a menor possibilidade de isso acontecer.”

Ao ser questionado sobre o papel das redes sociais na propagação de desinformação, Moraes foi enfático ao condenar o uso da plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter, para disseminar fake news. Ele chegou a comparar os perigos desse uso com práticas nazistas.

“Se Goebbels [ministro da propaganda de Hitler] estivesse vivo e tivesse acesso ao X, estaríamos condenados. Os nazistas teriam conquistado o mundo”, declarou.

As falas do ministro reforçam o posicionamento firme do STF em relação aos atos antidemocráticos e ao uso das redes como instrumentos de manipulação da opinião pública.

As declarações de Alexandre de Moraes ocorrem em um momento de crescente tensão entre o Judiciário brasileiro e plataformas de mídia social, especialmente após confrontos públicos com empresários como Elon Musk, atual proprietário do X.