A crescente popularidade do "chip da beleza" e seus riscos

Profissionais que divulgarem tais substâncias também poderão ser punidos.

Por Plox

08/05/2023 09h17 - Atualizado há mais de 1 ano

As mulheres enfrentam constantemente a pressão para se adequarem aos padrões de beleza e, em meio a isso, buscam soluções rápidas e muitas vezes arriscadas para alcançar o corpo ideal. Uma dessas soluções é o implante hormonal conhecido como "chip da beleza", que tem ganhado popularidade devido aos seus supostos benefícios na melhora da aparência e da performance física.

 

 

Entendendo o "chip da beleza"

O "chip da beleza" é um pequeno tubo de silicone inserido sob a pele que libera o hormônio esteroide gestrinona. Este hormônio possui ação androgênica, aumentando os níveis de testosterona no corpo, o que pode levar ao aumento da massa magra, diminuição da massa gorda e melhora da libido e da performance. Apesar da alta procura, especialistas alertam que o uso de hormônios para fins estéticos é proibido, pois não há estudos que garantam sua segurança, especialmente quando utilizado em excesso. Além disso, o "chip da beleza" não possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Recentemente, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a prescrição de esteroides anabolizantes para fins estéticos e sua propaganda, buscando frear a popularização dessas substâncias. Profissionais que divulgarem tais substâncias também poderão ser punidos.

Riscos e efeitos colaterais

A endocrinologista Tânia Falcão afirma que "nenhum profissional ético deveria indicar o 'chip da beleza'", já que não há estudos que comprovem seus benefícios no campo estético. A médica endocrinologista Helena Coelho acrescenta que não há aprovação do uso dessa substância em forma de implante, mesmo para casos de distúrbios hormonais.

Os efeitos colaterais do "chip da beleza" incluem queda de cabelo, acne, aumento de pelos no corpo, aumento do clitóris na mulher, engrossamento da voz (que pode ser irreversível), além de aumento do risco de infarto, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC).

O uso correto de hormônios

A reposição de testosterona na mulher é indicada apenas na pós-menopausa, por curto espaço de tempo e na forma transdérmica, para o tratamento de desejo sexual hipoativo. No homem, a reposição de testosterona é indicada para casos de hipogonadismo, desde que confirmado clínica e laboratorialmente.

A busca pela beleza e disposição

A popularidade do "chip da beleza" pode ser atribuída à eterna busca pela beleza, juventude e melhorias na disposição física e apetite sexual. Contudo, é importante ressaltar os riscos e efeitos colaterais associados a esse implante e buscar soluções seguras e embasadas cientificamente para melhorar a aparência e a saúde.

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