Corretores da redação do Enem denunciam atraso no pagamento
O trabalho é descrito como exaustivo, já que os corretores passam dia e noite na função.
Por Plox
08/05/2023 08h51 - Atualizado há mais de 1 ano
Professores de todo o Brasil contratados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sob supervisão do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), para corrigir as redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ainda não receberam o pagamento pelo serviço realizado entre dezembro e janeiro deste ano.
Trabalho exaustivo e sem reajuste no valor
Cada corretor pode corrigir de 100 a 200 redações por dia e recebe R$ 3 por cada uma delas, valor que não é reajustado há anos. O trabalho é descrito como exaustivo, já que os corretores passam dia e noite na função.
Atraso no pagamento
Os profissionais deveriam ter recebido o dinheiro até o dia 30 de março, mas até agora ele não foi liberado. Muitos dos contatos feitos por email ou telefone com a fundação não foram respondidos. Em outros, a FGV se limita a dizer que não fornece informações sobre pagamentos ou que não tem acesso ao "setor" responsável.
Manifestações nas redes sociais
Os posts mais recentes do perfil da FGV no Instagram estão repletos de mensagens com a hashtag #FGVcaloteira, assim como na conta do Inep na rede social. Foi a maneira que os corretores encontraram de divulgar o problema.
FGV alega que correção ainda não terminou
Ao R7, a FGV informou, por meio de nota, que o processo de correção das redações ainda não terminou e que haverá a etapa de consolidação de dados. A instituição também admitiu problemas que incluem o processo de transição presidencial, afetando o cronograma de conclusão do processamento do exame.
Inep aguarda resposta da FGV
Procurado pela reportagem, o Inep afirmou que a seleção e o pagamento da equipe de correções do Enem são de responsabilidade da FGV, instituição que faz parte do consórcio aplicador da edição. O instituto informou que entrou em contato com a fundação para obter esclarecimentos sobre o serviço e a previsão de pagamentos dos profissionais contratados e aguarda uma resposta.
Atrasos nos pagamentos em edições anteriores
Profissionais que participaram da correção em anos anteriores também relataram demora para receber. Em 2022, o atraso foi de um mês. Mas, segundo eles, o pagamento nunca passou de abril.
Processo de seleção e capacitação dos corretores
Os profissionais contratados pela FGV para a correção do Enem passam por um processo rigoroso de seleção e devem ter cursado letras, com habilitação em língua portuguesa ou linguística. Os classificados devem se submeter a um curso de capacitação online com duração de quase 100 horas e, depois, a um novo curso, desta vez presencial.