Ex-prefeita Roseli Pimentel enfrenta julgamento por assassinato de jornalista em Santa Luzia

Contato limitado com a vítima e negação de envolvimento

Por Plox

08/05/2023 19h09 - Atualizado há mais de 1 ano

A ex-prefeita de Santa Luzia, Roseli Pimentel, enfrenta julgamento na tarde desta segunda-feira (8/5), acusada de ordenar e financiar, com dinheiro público, o assassinato do jornalista Maurício Campos Rosa, 64 anos, em agosto de 2016. Durante seu depoimento, Roseli chorou e negou conhecer o profissional, afirmando que sua gestão não mantinha contrato com a empresa do jornalista.

 

foto: Divulgação/ TJMG

Contato limitado com a vítima e negação de envolvimento

Roseli alegou ter visto Maurício apenas três vezes e que, embora seu antecessor tivesse feito um acordo para realizar publicações no jornal O Grito, de propriedade da vítima, sua gestão não tinha vínculos contratuais com a empresa. A ex-prefeita negou participação no crime, afirmando ter sido informada da morte por seu então marido, que ouviu a notícia no rádio.

Acusações de desvio e pagamento ao assassino

A acusação afirma que Roseli teria pago R$ 20 mil ao assassino, com recursos retirados da Secretaria Municipal de Saúde. No entanto, a ex-prefeita negou o desvio e declarou ter tomado conhecimento do pagamento apenas ao acessar o processo criminal.

Emoção e insistência na inocência

Roseli chorou diversas vezes diante da juíza Fabiana Gomes Ferreira e reiterou sua inocência. O julgamento inclui outros cinco réus, que também estão sendo ouvidos nesta segunda-feira.

Relembrando o caso

Maurício Campos Rosa, dono do jornal O Grito, foi assassinado a tiros em 16 de agosto de 2016. As investigações apontaram Roseli Ferreira Pimentel como mandante do crime, indiciada por homicídio duplamente qualificado, uso de verbas públicas para pagar os assassinos e ocultação de provas. O crime teria sido motivado pela disputa eleitoral de 2016, e o recurso para o pagamento do criminoso teria sido retirado da Secretaria Municipal de Saúde, porém, com nota emitida pela Secretaria Municipal de Educação, justificando a compra de mamão para merenda escolar.

Em 2017, a prisão preventiva de Roseli foi decretada, mas logo em seguida, um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou sua soltura e uso de tornozeleira eletrônica. Entre 2017 e 2018, a chapa da prefeita foi condenada por irregularidades no financiamento de campanha, resultando em seu afastamento do cargo e abertura de processo de cassação do mandato pela Câmara de Vereadores de Santa Luzia. Roseli renunciou ao cargo em maio de 2018, extinguindo a ação.

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