Ministro da CGU reage a Nikolas Ferreira e desmente fraude bilionária no INSS

Vinícius Carvalho acusa o deputado de distorcer informações e esclarece que valor citado de R$ 90 bilhões não tem relação com irregularidades investigadas

Por Plox

08/05/2025 10h53 - Atualizado há 1 dia

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, publicou nesta quinta-feira (8) um vídeo em suas redes sociais rebatendo declarações feitas pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o escândalo de fraudes no INSS.


Imagem Foto: Reprodução de vídeo


No vídeo, o ministro acusa o parlamentar de propagar inverdades com o objetivo de gerar medo na população. Ele critica o uso de informações fora de contexto e afirma que o momento exige responsabilidade na comunicação, principalmente quando se trata de um tema tão sensível quanto o combate à corrupção.


Em sua publicação, Nikolas Ferreira apresentou uma linha do tempo que sugere que os descontos fraudulentos no INSS cresceram a partir de 2023, após o início do governo Lula, mesmo reconhecendo que os problemas começaram ainda em 2019, durante o governo Bolsonaro.



Carvalho, no entanto, contesta essa narrativa e aponta que as investigações mostram o surgimento das associações de fachada já em 2017, com aprofundamento das fraudes a partir de 2019. Ele afirma que esquemas assim tendem a crescer com o tempo, impulsionados pela sensação de impunidade.


Outro ponto abordado no vídeo diz respeito à cifra de R$ 90 bilhões mencionada por Nikolas como possível valor desviado. O ministro esclarece que essa quantia refere-se ao total de empréstimos consignados realizados no país, e não a desvios investigados. “Estão dizendo por aí que tem mais de R$ 90 bilhões de fraude. Não é verdade”, afirmou.



Além disso, o ministro questionou o valor de R$ 6,3 bilhões citado como suposto montante desviado por entidades associativas. Segundo ele, esse é o total de descontos realizados por essas entidades nos benefícios de aposentados e pensionistas, mas ainda está sendo apurado em quais casos houve desconto indevido.


O vídeo faz parte de uma ofensiva de resposta orientada pelo governo Lula, que tem instruído ministros e aliados a rebatem publicamente as falas do deputado, com o receio de que o caso tome proporções semelhantes à polêmica do Pix.



Na última terça-feira (7), a CGU retirou do INSS a responsabilidade por investigar irregularidades cometidas por doze organizações civis suspeitas de envolvimento no esquema. A Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal em conjunto com a CGU, revelou que entre 2019 e 2024, aposentados e pensionistas tiveram descontos ilegais aplicados diretamente em seus benefícios, com os valores sendo repassados a associações, sindicatos e outras entidades.


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