Rui Costa responsabiliza CGU por não alertar sobre fraudes no INSS

Ministro da Casa Civil diz que Controladoria deveria ter prevenido o crescimento do esquema de descontos indevidos em aposentadorias

Por Plox

08/05/2025 09h51 - Atualizado há 1 dia

Durante entrevista concedida ao jornal O Globo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, apontou a Controladoria-Geral da União (CGU) como responsável por não ter evitado as fraudes milionárias identificadas nos descontos indevidos em benefícios pagos pelo INSS.


Imagem Foto: ASCOM Casa Civil


Segundo Costa, a CGU deveria ter exercido sua função de forma preventiva e alertado o governo federal sobre as falhas que permitiram o crescimento do esquema de desvios em aposentadorias e pensões. Ele destacou que o órgão, sob o comando do ministro Vinícius Carvalho, deixou de cumprir seu papel ao não identificar e comunicar as irregularidades a tempo.


De acordo com o ministro, a Polícia Federal, que também atua na investigação por meio da Operação Sem Desconto, não tem como função principal fazer alertas ao governo, mas sim apurar atos criminosos.
“O papel da Polícia Federal não é mesmo o de avisar nada a ninguém, é apurar ato criminoso. Ela está no papel dela, correto, sem reparo. Agora, a função de qualquer Controladoria é preventiva e não corretiva ou punitiva”,

afirmou Rui Costa.


O titular da Casa Civil ainda minimizou a responsabilidade de Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência Social, demitido na última semana. Para ele, os desvios atingiram maior escala entre 2020 e 2022, e que em 2023, já sob o atual governo, o impacto seria bem menor. “Se você atua em 2023, tinha diminuído a quantidade de pessoas e eu diria que não tinha impactado basicamente o nosso governo”, comentou.


Apesar das declarações, a CGU e o ministro Vinícius Carvalho optaram por não se manifestar publicamente. No entanto, nesta terça-feira (7), a própria Controladoria anunciou que retirou do INSS a responsabilidade de apurar eventuais irregularidades administrativas envolvendo 12 organizações civis ligadas ao esquema.


A Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal e pela CGU, revelou que, entre 2019 e 2024, entidades como associações e sindicatos promoveram descontos ilegais em aposentadorias, com valores sendo repassados diretamente a essas organizações. Estima-se que o montante desviado durante o período tenha alcançado até R$ 6,3 bilhões.



O caso gerou forte repercussão política e pressão sobre o governo federal, enquanto milhares de beneficiários do INSS aguardam uma definição sobre o reembolso dos valores descontados indevidamente.



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