Sargento engana PMs e mata esposa em clínica médica em Santos
Segundo a Polícia Civil, Samir Carvalho simulou estar desarmado, pegou uma arma escondida e atirou contra a esposa e a filha de 10 anos durante uma consulta. A SSP-SP apresenta versão diferente, afirmando que agentes chegaram após o crime.
Por Plox
08/05/2025 09h59 - Atualizado há 1 dia
O caso que chocou moradores de Santos, no litoral paulista, envolve o sargento da Polícia Militar Samir Carvalho, preso após matar a esposa dentro de uma clínica médica localizada na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé.

De acordo com registros da Polícia Civil, Samir soube que Amanda Fernandes e a filha do casal, de apenas 10 anos, estavam em consulta no local. A mulher chegou a alertar o médico que o marido estava \"atrás dela\". Diante disso, o profissional de saúde se trancou com mãe e filha em uma sala, acionando imediatamente a Polícia Militar.

Ao chegarem, os policiais militares foram surpreendidos pela atitude do sargento. Segundo o boletim policial, Samir levantou a camisa e afirmou que não estava armado. No entanto, assim que a porta foi aberta pelo médico, ele acessou outra sala onde havia escondido uma arma, passou por trás dos agentes e efetuou diversos disparos contra a esposa e a filha.
Amanda morreu no local. A confirmação do óbito foi feita por uma equipe do Samu, conforme informou a Prefeitura de Santos. A filha foi socorrida à Santa Casa de Santos, mas a unidade hospitalar não divulgou detalhes sobre seu estado de saúde, por questões legais.
A Polícia Civil ainda relata que, além dos tiros, Samir utilizou uma faca para atacar a esposa. Foram desferidos cerca de dez golpes, causando sua morte imediata. O caso está sob investigação da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da cidade.
Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) apresentou uma versão divergente. Segundo o órgão, os PMs teriam chegado à clínica apenas após a execução do crime, encontrando Amanda já morta e a filha ferida.
\"Porém, assim que o médico abriu a porta da sala, o policial [Samir] pegou uma arma, em uma outra sala, veio por trás dos policiais e efetuou diversos disparos, atingindo sua esposa e sua filha\", pontuou o relatório da Polícia Civil
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A SSP-SP declarou que Samir foi encaminhado à DDM de Santos e que a corporação acompanha o andamento das investigações. A reportagem solicitou esclarecimentos adicionais sobre a divergência nas versões, especialmente sobre o momento em que Samir teve acesso à arma e como conseguiu esfaquear a vítima na presença dos colegas policiais. Até o fechamento desta matéria, não houve retorno das autoridades.
A tragédia evidencia mais um caso de violência doméstica com desfecho brutal, reforçando os desafios enfrentados por mulheres em situação de risco, mesmo em locais que deveriam representar segurança, como uma clínica médica.