Vídeo: Acontece agora em Ipatinga o julgamento do homem acusado de matar jovem de 28 anos

Ramon Campidelis Correia, de 29 anos, é acusado de ser o mandante do assassinato de Ruan Carvalho e de tentativa de homicídio contra outra vítima

Por Plox

08/05/2025 10h27 - Atualizado há 1 dia

Nesta quinta-feira, dia 8 de maio, será realizado o julgamento de Ramon Campidelis Correia, de 29 anos, no Fórum da cidade de Ipatinga, no Vale do Aço. A sessão integra a atuação do Ministério Público de Minas Gerais por meio da Vara de Execuções Penais, de Precatórias Criminais e do Tribunal do Júri da Comarca de Ipatinga/MG.



Ramon é apontado como o responsável por coordenar a ação criminosa que tirou a vida de Ruan Carvalho Melo, de 28 anos, além de responder por tentativa de homicídio contra Massimiliano Santoro, que na época tinha 26 anos. O crime ocorreu na noite de 23 de novembro de 2021, na Rua Crisântemo, número 325, localizada no bairro Esperança, em Ipatinga.


Imagem Foto:  Andressa Estevão/PLOX


Segundo a denúncia, o réu era o líder de uma associação armada envolvida com o tráfico de drogas. Na ocasião, Ramon teria planejado e mandado executar o atentado, que foi realizado por ele e mais dois comparsas. Um dos envolvidos, de 25 anos, já foi julgado, enquanto o outro, de 24, ainda aguarda decisão judicial. O trio se deslocou até o local dos crimes em uma motocicleta, abrindo fogo contra as vítimas. Ruan, que trabalhava como chapeiro, morreu no local. Já Massimiliano sobreviveu ao ataque.


Imagem Foto:  Andressa Estevão/PLOX


As investigações apontaram que desentendimentos relacionados ao tráfico foram a motivação do atentado, o que reforça a atuação de Ramon como chefe do grupo criminoso. O julgamento desta quinta-feira é mais um passo do sistema judiciário local no combate à impunidade e no enfrentamento à violência, representando também um momento de busca por justiça para os familiares das vítimas e para toda a comunidade.

Vídeo: Andressa Estevão/PLOX



O promotor de Justiça Jonas Monteiro comentou a gravidade do caso, reforçando o histórico do acusado na criminalidade local.
"Trata-se de um caso muito grave, em que o réu, Ramon Campidelis Correia, é chefe do tráfico e comandou, por muitos anos, o crime no bairro Esperança, sendo responsável por ordenar e executar diversas mortes em Ipatinga\", afirmou.

Segundo o promotor, Ramon era considerado um dos principais alvos da Polícia Civil e da Polícia Militar da região, mas vinha se mantendo impune devido à dificuldade das investigações e ao medo das testemunhas em prestar depoimentos. No caso ocorrido em 2021, a apuração apontou que o réu ordenou que dois jovens — Gabriel e Rodrigo — fossem até uma lanchonete de açaí e executassem Ruan, como de fato aconteceu. Na mesma ação, houve também a tentativa de homicídio contra o dono do local, Massimiliano.



Ainda de acordo com Jonas Monteiro, o réu permaneceu foragido por anos, sendo necessário um esforço conjunto entre o Ministério Público de Minas Gerais, a Interpol, a Polícia Federal e a polícia dos Estados Unidos para localizá-lo. Ele foi capturado na cidade de Filadélfia, na Pensilvânia, após diversas diligências e acabou sendo deportado ao Brasil para responder aos crimes.



"Esperamos que os jurados de Ipatinga acolham a denúncia e que esse indivíduo, que aterrorizou a cidade por anos, finalmente responda pelos seus crimes. É um caso simbólico e decisivo para mostrar que a Justiça será feita", finalizou o promotor.

Segundo ele, o Ministério Público requer a condenação por homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio, com pena robusta, estimada em até 40 anos de prisão.


Amigo da vítima e encarregado de produção, Diogo da Silva Freitas também comentou sobre suas expectativas para o desfecho do julgamento. Emocionado, ele destacou a dor causada pelo crime e a esperança de justiça:

Vídeo: Andressa Estevão/PLOX


"O que eu espero do júri hoje é justiça, primeiro a de Deus e depois a dos homens. O acusado acabou com a vida do Ruan e destruiu a vida da mãe dele, que há três anos espera por esse momento. Dois já foram condenados, mas o principal ainda não. Que ele pague pelo que fez", declarou Diogo.


A mãe de Ruan, Lucia Helena Carvalho Melo, que é técnica de segurança, também falou ao Plox sobre a expectativa para o julgamento. Visivelmente abalada, ela desabafou sobre os anos de dor e a luta por justiça:

Vídeo: Andressa Estevão/PLOX


"Eu espero justiça acima de qualquer coisa. Ele acabou com a vida do meu filho e com a minha. Que a justiça divina e a dos homens sejam feitas. Quero sair daqui com a condenação dele. Ele tirou o futuro do meu filho, que tinha saúde, trabalhava, e tinha só 28 anos. A condenação é pouco, mas já é alguma coisa", afirmou.


Ela também destacou que, apesar de um dos acusados já ter sido condenado, ainda há outro envolvido que não foi a julgamento. Para ela, todos devem pagar pelo que fizeram:
"Todos os envolvidos têm que pagar. Alguém precisa parar ele. Isso tem que acabar. Ninguém mais pode passar pelo sofrimento que eu passo há três anos"

.


A defesa do réu, representada pelo advogado Thiago Xavier de Souza, também se manifestou antes do início do julgamento.



"A expectativa da defesa é que sejam respeitados os direitos constitucionais, assegurando a ampla defesa e o contraditório. Esperamos que Ramon seja absolvido hoje", declarou o advogado.
Vídeo: Andressa Estevão / Plox 


Ele explicou que Ramon responde por crime de mando e não foi o executor do atentado, o que será debatido durante a sessão. Thiago mencionou que os dois outros envolvidos já passaram por julgamento: Gabriel foi condenado por 4 votos a 3, enquanto Rodrigo foi impronunciado por falta de indícios.


"O Ramon entrou nesse enredo por circunstâncias que vamos discutir no tribunal. Temos plena convicção de que ele não foi o mandante dos fatos. Cabe agora à sociedade de Ipatinga, por meio dos sete jurados, decidir com base nas provas", concluiu o defensor, reforçando que seu papel será apresentar os argumentos que levem à absolvição do réu.


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