Jovem morre e cinco ficam feridos durante operação do Bope em festa junina no RJ
Intervenção policial no Morro do Santo Amaro, na zona sul do Rio, terminou em tragédia; moradores denunciam erro e cobram justiça
Por Plox
08/06/2025 15h55 - Atualizado há cerca de 17 horas
O que era para ser uma noite de celebração terminou em desespero no Morro do Santo Amaro, na zona sul do Rio de Janeiro. Durante uma Festa Junina que acontecia na comunidade, uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar resultou na morte de um jovem de 24 anos e deixou outras cinco pessoas feridas.

A ação policial ocorreu na madrugada de sábado (7) e, segundo os relatos do grupo de dança Balão Dourado, o evento estava sendo animado com a apresentação de quadrilhas quando os disparos começaram. “Não era baile funk, era festa junina”, declarou o grupo, denunciando que a operação teria sido motivada por uma denúncia falsa.
Herus Guimarães Mendes, que trabalhava como motoboy, foi atingido e levado ao Hospital Glória D’Or, mas não resistiu. As demais vítimas foram socorridas no Hospital Municipal Souza Aguiar. Entre os feridos está Emanuel Silva, de 17 anos, também integrante do grupo de dança. Ele recebeu alta no mesmo dia e, pelas redes sociais, afirmou: “Se Deus quiser, já já vou estar na rua de novo”.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o exato momento em que o tiroteio interrompe a quadrilha, que contava com dezenas de crianças e jovens dançando. A comunidade, consternada, amanheceu em luto.
A Polícia Militar justificou a operação alegando ter recebido informações sobre a presença de criminosos fortemente armados na região. Em nota, a corporação afirmou que seus agentes foram atacados e que houve confronto, mas destacou que, segundo o comando do Bope, não houve revide por parte da equipe envolvida. As câmeras corporais estariam em funcionamento, e as imagens estão sob análise da Corregedoria.
No domingo (9), moradores saíram às ruas em protesto. Faixas com mensagens como “Justiça por Herus Guimarães” e “Festa Junina não é lugar de operação policial” foram erguidas. A ocorrência foi registrada na 9ª Delegacia de Polícia. A PM afirmou ainda que a operação tinha como objetivo evitar uma possível disputa entre facções criminosas na área.
A tragédia acende mais uma vez o debate sobre o uso da força em comunidades durante eventos populares e reacende o clamor por justiça e paz por parte dos moradores do Morro do Santo Amaro.