Ministro Alexandre Silveira repudia declaração de Zema sobre população de rua
Governador comparou pessoas em situação de rua a carros irregulares; ministro reagiu com críticas duras nas redes sociais
Por Plox
08/06/2025 11h54 - Atualizado há 1 dia
A recente declaração do governador Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, causou forte repercussão e indignação por parte de integrantes do governo federal. Durante entrevista concedida à Jovem Pan, Zema defendeu a criação de uma legislação que autorizasse a remoção de pessoas em situação de rua de áreas públicas. O ponto mais polêmico veio quando ele comparou essas pessoas a veículos estacionados de forma irregular, sugerindo que deveriam ser \"guinchadas\".
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A repercussão foi imediata. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), reagiu com veemência nas redes sociais. Em uma publicação, Silveira classificou as palavras de Zema como \"revoltantes\" e criticou duramente a postura do governador.
\"Zema erra para além da palavra. Alguém tem que ensinar a esse filhinho de papai que o correto, quando se trata de pessoas, é acolher\"
, disparou o ministro.
Durante a entrevista, Zema relatou situações envolvendo moradores de rua, citando um caso específico: \"Fica morador de rua às vezes na porta da casa de uma idosa, atrapalhando ela a entrar, fazendo sujeira... e não temos nada efetivo no Brasil\". Para ele, faltam medidas legais que permitam às autoridades agir de maneira mais incisiva para retirar essas pessoas dos espaços públicos.
Essa não foi a única polêmica envolvendo o governador nesta semana. Em outra entrevista, desta vez ao jornal Folha de S.Paulo, Zema causou novo desconforto ao se recusar a qualificar a Ditadura Militar brasileira como um regime autoritário. Ele afirmou que \"tudo é questão de interpretação\" e preferiu não se posicionar sobre o tema, o que foi interpretado por críticos como uma tentativa de minimizar os abusos e crimes cometidos durante o período.
As falas controversas aumentaram o desgaste político de Zema em diversos setores, especialmente entre representantes do governo federal e grupos de defesa dos direitos humanos. A postura do governador tem provocado reações cada vez mais intensas, ampliando o debate sobre políticas públicas e respeito à dignidade humana.