Entenda o que é PMMA e os riscos do uso em procedimentos estéticos

A Anvisa enfatiza que o PMMA deve ser administrado por médicos habilitados e treinados

Por Plox

08/07/2024 06h07 - Atualizado há 10 meses

Uma influenciadora digital morreu nesta semana após um procedimento estético para aumento dos glúteos, utilizando polimetilmetacrilato (PMMA). Segundo familiares, ela sofreu uma infecção generalizada causada pela aplicação do componente. Este trágico episódio ressalta os riscos associados ao uso do PMMA, um plástico utilizado em diversas áreas da saúde e indústria.

Foto: Reprodução/Pixabay 

Histórico de complicações no Brasil

O PMMA tem sido cada vez mais associado a complicações em procedimentos estéticos no Brasil. Em 2020, outra influenciadora digital perdeu parte da boca e do queixo após um preenchimento labial com o material. Estes casos destacam a necessidade de uma maior conscientização sobre os perigos potenciais do uso inadequado deste produto.

Uso e regulamentação do PMMA

No Brasil, o PMMA deve ser registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para usos médicos, classificado como produto de risco máximo (classe IV). “Somente após a análise técnica, esses produtos são liberados para venda e uso, visando à proteção do paciente e do consumidor”, informa a Anvisa. O uso do PMMA é permitido para correção de lipodistrofia, correção volumétrica facial e corporal, e atrofia facial associada ao HIV/aids, entre outros.

Importância da administração profissional

A Anvisa enfatiza que o PMMA deve ser administrado por médicos habilitados e treinados. “Para cada paciente, o médico deve determinar as doses injetadas e o número de injeções necessárias, dependendo das características cutâneas, musculares e osteocartilaginosas de cada paciente, das áreas a serem tratadas e do tipo de indicação”, detalha a agência. O uso do PMMA para aumento de volume nos glúteos ou no rosto não é indicado, devendo ser avaliado conforme a correção necessária.

Etiqueta de rastreabilidade

Para garantir a segurança do paciente, é obrigatório o uso da etiqueta de rastreabilidade, que contém informações detalhadas sobre o produto, como número de registro, lote, e dados do fabricante. “Mesmo com a existência de diversos mecanismos para o controle sanitário dos dispositivos médicos, é importante compreender que podem ocorrer eventos adversos ou queixas técnicas decorrentes do seu uso”, alerta a Anvisa. Em tais casos, a etiqueta de rastreabilidade é crucial para ações corretivas.

Serviço ao consumidor

Os consumidores devem verificar o registro de produtos na Anvisa e podem esclarecer dúvidas através dos canais de atendimento disponíveis no site da agência. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) também alerta sobre procedimentos estéticos feitos por profissionais não médicos, destacando riscos elevados de complicações.

Alerta da Sociedade Brasileira de Dermatologia

A SBD, juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), identificou procedimentos estéticos invasivos que devem ser realizados apenas por médicos. Entre eles estão a aplicação de toxina botulínica, preenchedores cutâneos, bioestimuladores de colágeno, PMMA, eletrocauterização e exérese de lesões, endolaser para celulite e peelings químicos. Estes procedimentos, quando realizados por profissionais não autorizados, podem resultar em sérios riscos à saúde dos pacientes.

 

 

 

 

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