Narcotraficante brasileiro é preso após esposa divulgar localização em rede social

Prisão de Ronald Roland revela esquema bilionário de lavagem de dinheiro

Por Plox

08/07/2024 08h20 - Atualizado há 3 meses

Nesta semana, a Polícia Federal prendeu o narcotraficante Ronald Roland, acusado de abastecer cartéis de drogas no México e liderar um esquema gigantesco de lavagem de dinheiro com empresas de fachada. A prisão ocorreu em um apartamento no Guarujá, onde Roland, sua esposa e filha estavam dormindo. Após dois anos de investigações, a captura marcou o fim de uma operação que movimentou R$ 5 bilhões em cinco anos.

Traficante Ronald Roland e a mulher Andrezza de Lima Joel
Foto: Reprodução/TV 

Operação policial de grande escala

A operação policial abrangeu sete estados, resultando na apreensão de dinheiro, joias, armas, 34 carros, um barco e dois aviões. Além de Roland, outras sete pessoas foram presas. A Polícia Federal encontrou Roland em um luxuoso condomínio em Uberlândia, Minas Gerais, onde sua ostentação chamou a atenção das autoridades.

Foto: Reprodução/TV 

Vida de luxo e ostentação

Ronald Roland, conhecido por sua discrição, começou a levantar suspeitas ao exibir uma vida luxuosa em Uberlândia. "Uma pessoa chegando em casa com um veículo de R$ 500 mil. Uma semana depois, com um veículo de R$ 1 milhão. 

Foto: Divulgação/PF

Outra semana, com um veículo de R$ 800 mil. Isso chamou a atenção da vizinhança. Quem é essa pessoa que mudou para cá?", relatou Ricardo Ruiz, delegado da Polícia Federal em Uberlândia.

Foto: Divulgação/PF

Esquema de lavagem de dinheiro

Segundo a Polícia Federal, Roland utilizava mais de 100 empresas de diversas áreas, incluindo construção civil, aviação, locação de veículos, comércio geral e investimentos em criptomoedas, para lavar dinheiro. Mais de 200 pessoas estavam envolvidas no esquema, a maioria sendo "laranjas" que mal possuíam capacidade econômica para as aquisições que realizavam.

Foto: Divulgação/PF

Transferências suspeitas e disfarçadas

O esquema envolvia a transferência de grandes quantias de dinheiro de maneira disfarçada. Um relatório do Coaf descreveu como a quadrilha agia: "Os criminosos chegavam com sacos de lixo cheios de dinheiro vivo. Faziam depósitos fracionados em caixas eletrônicos de uma agência bancária - dezenas de vezes. Quando chamavam atenção, iam embora." Em um caso na Zona Norte de São Paulo, R$ 60 mil foram fracionados em 20 envelopes.

Foto: Divulgação/PF

Esposa entrega localização

Andrezza de Lima Joel, esposa de Roland e dona de uma loja de biquínis no Guarujá, também foi alvo da Polícia Federal. A loja, que recebeu R$ 200 mil em um único dia através de depósitos fracionados, fazia parte do esquema de lavagem de dinheiro. Andrezza frequentemente postava sobre suas viagens em jatos particulares nas redes sociais, expondo a localização de Roland.

Foto: Divulgação/PF

Histórico criminoso de Ronald Roland

Ronald Roland, de 50 anos, possui um histórico extenso de atividades criminosas. Até os anos 2000, era investigado pela Polícia Civil de São Paulo por sonegação de impostos, corrupção ativa, associação criminosa e falsidade ideológica. A partir de 2012, como piloto de avião, foi monitorado pela Polícia Federal por envolvimento com o tráfico internacional de drogas. "Ele é uma pessoa altamente cautelosa", afirmou o delegado Ricardo Ruiz.

Foto: Divulgação/PF

Em 2019, Roland já havia sido preso após sua então esposa divulgar sua localização em uma rede social. Na ocasião, ele estava na Zona Leste de São Paulo, se recuperando de uma cirurgia plástica.

Defesa mantém silêncio

A defesa de Ronald Roland e Andrezza informou que não se manifestará por enquanto, pois ainda não teve acesso ao processo completo.

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