Lula visita favela articulada por associação com histórico ligado ao PCC

Presidente esteve na Favela do Moinho após tratativas com entidade presidida por irmã de chefe do tráfico local

Por Plox

08/07/2025 09h35 - Atualizado há 8 dias

No fim de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou a Favela do Moinho, localizada em São Paulo, em uma ação que, segundo informações obtidas, foi organizada com o apoio direto da Associação da Comunidade do Moinho. A entidade, embora registrada formalmente, já esteve no centro de investigações por sua suposta ligação com o crime organizado.


Imagem Foto: Presidência


Documentos apontam que a associação já foi usada como ponto de armazenamento de drogas da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). O endereço oficial da entidade, inclusive, é o mesmo local onde, em 2023, a Polícia Civil apreendeu crack e maconha durante uma operação contra o tráfico.


Presidida por Alessandra Moja Cunha, a associação mantém fortes laços com pessoas investigadas. Alessandra é irmã de Leonardo Moja, conhecido como Léo do Moinho, apontado como chefe do tráfico na região e preso desde agosto de 2023. Ela própria também possui antecedentes criminais, tendo sido condenada por homicídio após matar uma mulher a facadas em 2005. Na ocasião, ela e sua irmã ainda tentaram assassinar um homem, que conseguiu sobreviver.



Dois dias antes da presença do presidente no local, o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, foi até a comunidade para preparar o evento. Durante a visita oficial, Lula anunciou um plano de realocação das cerca de 900 famílias que habitam a área, com o objetivo de transformar o local em um parque urbano.


Em nota oficial, o ministro afirmou que a reunião com a associação teve como pauta exclusiva a solução habitacional da região. Já a Secretaria de Comunicação (Secom) defendeu a articulação com os líderes comunitários locais, afirmando que essa é uma prática legítima e necessária para a construção de políticas públicas inclusivas.


“A interlocução com representantes comunitários é uma prática essencial de qualquer governo que atue com políticas públicas voltadas à inclusão”, declarou a Secom.


Apesar do contexto delicado da articulação, o governo federal reforçou seu compromisso com a legalidade e com a segurança nas ações institucionais promovidas em comunidades vulneráveis.



A visita presidencial teve grande repercussão e levantou questionamentos sobre a escolha dos interlocutores envolvidos na organização do evento.


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