Policial civil aposentado é preso pela 3ª vez por chefiar esquema de propina no RJ

Alcino Luiz Costa Pereira é acusado de liderar grupo que extorquia bingos, prostíbulos e ferros-velhos em troca de proteção contra investigações

Por Plox

08/07/2025 13h16 - Atualizado há 4 dias

Pela terceira vez em cerca de três anos, o policial civil aposentado Alcino Luiz Costa Pereira voltou a ser preso por envolvimento em esquemas de corrupção ligados à cobrança de propina.


Imagem Foto: Reprodução


A ação mais recente ocorreu nesta terça-feira (8), quando o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriu a nova ordem de prisão. De acordo com as investigações, Alcino liderava um grupo de agentes que atuavam principalmente na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam-Centro) e que extorquiam donos de bingos, casas de prostituição e ferros-velhos.



O esquema criminoso, segundo o Gaeco, operava de forma contínua entre 2018 e 2022. Em troca de pagamentos ilegais, os policiais envolvidos supostamente garantiam que não haveria investigações contra os estabelecimentos. A denúncia formal inclui Alcino e mais cinco policiais civis por diversos atos de corrupção passiva.


Em nota, o MPRJ informou que Alcino era o principal articulador das ações do grupo, sendo o responsável por distribuir as cobranças entre os demais agentes e manter contato direto com os proprietários dos locais extorquidos.



Essa prisão é um desdobramento da Operação Fim da Linha, realizada em dezembro de 2022, quando 14 pessoas foram presas, incluindo o próprio Alcino. Na época, o Gaeco já investigava um esquema de corrupção sistêmica em delegacias especializadas da capital fluminense. Além disso, surgiram indícios de que oficiais da Polícia Militar e agentes de batalhões também recebiam propina para permitir o funcionamento de atividades ilegais como jogo do bicho, bingos clandestinos e máquinas caça-níqueis.


Já em setembro de 2023, Alcino voltou a ser detido durante a Operação Achaque. Na ocasião, a denúncia, aceita pela Justiça, apontava que os pagamentos de propina eram realizados por Pix e até em dinheiro vivo dentro das instalações da delegacia.


Até o momento, a defesa de Alcino não foi localizada para comentar o caso.


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