Pressão política e religiosa adiam votação sobre legalização dos jogos de azar
Sob risco de derrota e intensa mobilização contrária, Senado adia decisão sobre cassinos, bingos e jogo do bicho
Por Plox
08/07/2025 18h58 - Atualizado há cerca de 15 horas
Em meio a um cenário de pressão intensa e com a possibilidade de não reunir os votos necessários, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), decidiu adiar a votação do projeto de lei que propõe a legalização do jogo do bicho, cassinos e bingos no Brasil. A sessão que aconteceria na tarde desta terça-feira (8) foi interrompida, e a proposta, retirada da pauta.

O texto, relatado pelo senador Irajá (PSD-TO), já enfrentava resistência considerável dentro do Senado, principalmente por conta da proximidade das eleições. Parlamentares temem os efeitos eleitorais negativos de um possível apoio à medida. Além disso, um fator decisivo para a retirada da proposta foi a intensa mobilização contrária nas redes sociais liderada pelo pastor Silas Malafaia.
Para justificar o adiamento, Alcolumbre alegou a baixa presença de senadores no plenário, com apenas 56 presentes. Outros nove parlamentares estariam em missão oficial, e segundo o presidente da Casa, expressaram desejo de participar da discussão antes que ela fosse levada a votação.
Essa não é a primeira vez que o projeto é retirado de pauta. Em dezembro do ano passado, o próprio relator solicitou o adiamento após perceber que não havia número suficiente de votos para aprovar o texto em plenário.
Nas redes sociais, Silas Malafaia reagiu imediatamente ao recuo de Alcolumbre. O pastor, que se opõe fortemente ao projeto, afirmou:
\"O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, viu que ia perder e retirou de pauta o projeto da jogatina. Os senadores estão conscientes da desgraça que seria a aprovação dessa praga do inferno\"
.
A polêmica proposta continua em espera, enquanto o embate entre apoiadores da legalização dos jogos de azar e os setores conservadores da sociedade promete se intensificar nos próximos meses, especialmente à medida que se aproximam as eleições.