Terra pode bater recorde com o dia mais curto já registrado
Nesta quarta-feira, planeta deve girar mais rápido que o habitual, encurtando o dia em até 1,51 milissegundos
Por Plox
08/07/2025 18h32 - Atualizado há cerca de 16 horas
Nesta quarta-feira, 9 de julho, cientistas alertam para um fenômeno inédito: a Terra pode registrar o dia mais curto já documentado, com sua rotação completada até 1,51 milissegundos mais rápido que as habituais 24 horas.

Esse encurtamento pode ultrapassar o recorde anterior, registrado em 5 de julho de 2024, quando o planeta girou 1,66 milissegundos além do tempo padrão. A expectativa é que o dia de hoje fique entre 1,3 e 1,51 milissegundos mais curto. Outras datas próximas também apresentam aceleração similar, como 22 de julho e 5 de agosto.
A medição precisa dessa variação é feita por meio de relógios atômicos, que acompanham com exatidão a duração da rotação da Terra. A velocidade de rotação do planeta tem mostrado alterações desde 2020, quando os primeiros sinais desse comportamento começaram a ser registrados.
Em julho de 2020, por exemplo, o dia 19 foi 1,47 milissegundos mais curto. A mesma marca foi atingida exatamente um ano depois, em 9 de julho de 2021. Já no dia 30 de junho de 2022, a diferença chegou a 1,59 milissegundos. Em 2023, o movimento de rotação desacelerou levemente, sem novos recordes, mas em 2024, o ritmo voltou a acelerar, ultrapassando as marcas anteriores em vários momentos.
Embora ainda não se saiba exatamente o que está provocando essa mudança, estudiosos levantam hipóteses como transformações atmosféricas, derretimento de calotas polares, alterações no núcleo da Terra e enfraquecimento do campo magnético como possíveis fatores contribuintes.
“Se esse padrão persistir, será necessário adotar uma medida inédita: o segundo bissexto negativo, que consiste em remover um segundo do tempo oficial”, afirmam especialistas
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Apesar do ritmo atual estar acelerado, espera-se que, com o tempo, a rotação volte a desacelerar, influenciada principalmente pela gravidade da Lua. O geocientista Stephen Meyers, da Universidade de Wisconsin-Madison, prevê inclusive que os dias na Terra possam atingir 25 horas — mas isso só deve ocorrer dentro de cerca de 200 milhões de anos.