Brasileira foge da prisão perpétua na Argentina

A fuga de Amanda Alves Ferreira, condenada por matar a mãe de seus filhos, mobiliza autoridades locais

Por Plox

08/08/2024 10h37 - Atualizado há 6 meses

Amanda Alves Ferreira, de 30 anos, escapou da penitenciária em Bariloche, Argentina, na noite de terça-feira (6). Vestida com roupas escuras, chapéu e tênis claros, a brasileira conseguiu fugir por volta das 21h30, horário local. As autoridades ainda investigam as circunstâncias que permitiram sua evasão.

Foto: Divulgação: Governo do Estado do Rio Negro/Argentina

Operações de busca

As unidades policiais locais foram acionadas imediatamente após a fuga e deram início a uma operação de busca, que continuou ao longo da quarta-feira (7). Em comunicado, a Secretaria de Comunicação do governo de Rio Negro afirmou que medidas administrativas e judiciais foram tomadas para esclarecer o ocorrido.

Histórico do crime

Amanda foi condenada por assassinar Eduarda Santos de Almeida, de 26 anos, em fevereiro de 2022, próximo a uma rodovia em Bariloche. Eduarda, também brasileira, era mãe dos filhos de Amanda. O crime foi brutal: a vítima foi morta com nove tiros de pistola a menos de 1,2 metro de distância.

Contexto e motivação

Eduarda e Amanda se conheceram no Brasil e, após mudarem-se para Bariloche, Amanda se casou com um homem local. Devido à impossibilidade do casal ter filhos, Eduarda foi contratada como barriga de aluguel, resultando no nascimento de gêmeos. Após o nascimento, Eduarda voltou ao Brasil e engravidou novamente. Amanda a persuadiu a retornar à Argentina, prometendo registrar o novo bebê.

A relação entre as duas se deteriorou quando Amanda começou a se incomodar com a guarda compartilhada dos filhos e expressou o desejo de voltar ao Brasil, algo que Eduarda recusava. Os investigadores acreditam que esses conflitos motivaram o assassinato.

Julgamento e defesa

O julgamento revelou que, na época do crime, Amanda não se identificava como mulher e usava o nome de Fernando. Após o início do processo, ela passou a ser tratada como Amanda nos documentos judiciais. O procurador Martín Lozada classificou o homicídio como "traiçoeiro", destacando que a vítima não teve chance de defesa.

A defesa de Amanda argumentou contra a pena de prisão perpétua, alegando que era "cruel, desumana e degradante". O advogado Nelson Vigueiras afirmou que Amanda apresentava "características paranoicas" no momento do crime. No entanto, o juiz Juan Martin Arroyo rejeitou essa argumentação, sustentando que o relatório psiquiátrico demonstrou que Amanda não estava afetada ou fora da realidade durante o homicídio.

Repercussão

A fuga de Amanda Alves Ferreira gerou grande repercussão e preocupação na região. As autoridades continuam em busca de informações sobre seu paradeiro, enquanto a investigação sobre a fuga prossegue.

Destaques