André Mendonça alerta sobre riscos da má interpretação da Bíblia em sessão do STF
Durante debate sobre tributo, ministro rebate falas de Barroso e Gilmar sobre sentido das Escrituras
Por Plox
08/08/2025 14h20 - Atualizado há 2 dias
Durante uma sessão marcada por posicionamentos firmes no Supremo Tribunal Federal (STF), realizada na quarta-feira, 6 de agosto, os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso trouxeram à tona um ponto polêmico: a possibilidade de interpretação livre tanto da Constituição Federal quanto da Bíblia Sagrada. O tema surgiu enquanto os magistrados discutiam a possível ampliação da cobrança da Cide-Tecnologia, um tributo federal voltado ao desenvolvimento científico e tecnológico.

Gilmar Mendes foi o primeiro a lançar o comentário, ao afirmar que \"a Bíblia também foi escrita com sentidos diversos para que cada leitor fizesse sua interpretação\". Barroso, atual presidente da Corte, complementou a reflexão com ironia ao dizer que a linguagem original e as traduções dificultaram a compreensão do texto: “Porque não usaram a linguagem simples. E depois fizeram traduções em aramaico, grego, latim, aí ficou difícil”.
Diante dessas colocações, André Mendonça, que também é pastor presbiteriano, fez uma ponderação mais séria e direta. Ele afirmou:
\"A má interpretação da Bíblia pode produzir grandes heresias. A história tem grandes exemplos disso\"
. A fala foi feita antes que o ministro apresentasse seu voto na discussão sobre o tributo.
A Cide-Tecnologia, tema central da sessão, foi instituída pela Lei nº 10.168/2000 e tem como finalidade o financiamento de projetos de pesquisa e inovação tecnológica em parceria com universidades, institutos de pesquisa e o setor produtivo. O julgamento que trata da ampliação da cobrança do tributo acabou sendo interrompido após o ministro Nunes Marques pedir vista do processo, ou seja, mais tempo para análise antes de emitir sua decisão.
Enquanto a análise sobre a Cide permanece suspensa, o debate entre os ministros sobre textos sagrados e constitucionais deixa evidente como as interpretações, sejam elas religiosas ou jurídicas, podem gerar discussões profundas mesmo no mais alto tribunal do país.