Caso Caio Domingues: julgamento segue nesta sexta-feira em Timóteo

Luith Silva Pires Martins e João Victor Bruno Coura de Oliveira enfrentam o terceiro dia de júri; defesa rebate acusações e aponta falhas na investigação

Por Plox

08/08/2025 09h23 - Atualizado há 1 dia

O julgamento do caso Caio Campos Domingues, morto em 4 de abril de 2023 na zona rural de Jaguaraçu, chegou ao terceiro dia nesta sexta-feira (08) no fórum de Timóteo. No banco dos réus estão Luith Silva Pires Martins, de 41 anos, e João Victor Bruno Coura de Oliveira, de 23, acusados de participação no homicídio.


Imagem Foto: PLOX


Segundo o Ministério Público, o crime teria sido motivado por dívidas e interesses financeiros, com o objetivo de garantir a posse dos bens da vítima e receber um seguro de vida. De acordo com a acusação, Luith teria planejado a ação e prometido a João Victor o pagamento de R$ 10 mil para executá-la.


Os promotores Frederico Duarte Castro e Jonas Junio Linhares Costa Monteiro sustentam que o assassinato foi premeditado e cometido com dissimulação, emboscada e traição. Conforme a denúncia, Caio foi atingido por disparos enquanto estava no carro, ainda com o cinto de segurança afivelado, por João Victor, que aguardava escondido. Luith teria levado o veículo até o local, ajudado na fuga do executor e simulado um socorro.

Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX


Para tentar mascarar o crime, os acusados teriam forjado o roubo de uma bicicleta que estava presa na traseira do carro, criando uma falsa narrativa de latrocínio que acabou desmontada pelas investigações. No primeiro depoimento, Luith disse que ela e o marido haviam sido vítimas de um assalto, mas as provas reunidas pela polícia contradisseram essa versão. João Victor também é acusado de posse irregular de arma, já que o revólver usado no crime foi encontrado em sua residência no dia seguinte.


O julgamento teve momentos marcantes, como o isolamento dos jurados: na madrugada que interrompeu a primeira sessão, sete jurados — dois homens e cinco mulheres — ficaram incomunicáveis em um hotel até a retomada dos trabalhos.



Nesta nova etapa, os advogados de Luith falaram publicamente pela primeira vez, classificando as acusações como \"levianas\" e apontando contradições no processo. Segundo a defesa, informações até então desconhecidas estão sendo expostas ao longo das sessões.

Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX

\"Nosso objetivo é alcançar a verdadeira justiça, responsabilizando apenas os reais culpados com base nas provas apresentadas\", afirmaram.

Imagem Foto: Andressa Estevão/PLOX

A equipe de defesa também mencionou divergências entre os procedimentos da Polícia Civil e da Polícia Militar, afirmando que isso enfraquece a investigação. Para eles, a narrativa da acusação já havia se consolidado entre a população de Timóteo durante os dois anos em que os réus estiveram presos preventivamente.


Os interrogatórios dos acusados estavam previstos para esta quinta-feira, e os debates finais, incluindo réplica e tréplica, devem ocorrer na sexta-feira, com estimativa de duração de até nove horas.



A repercussão do caso segue forte na região, com moradores e familiares aguardando atentamente o desfecho do júri.


Destaques