Começa o terceiro dia de julgamento do caso Caio Domingues em Timóteo
Acusados enfrentam júri popular sob suspeita de assassinato planejado por motivação financeira
Por Plox
08/08/2025 09h45 - Atualizado há 1 dia
O relógio marcava pouco depois das 9h desta sexta-feira (08) quando o fórum de Timóteo abriu as portas para mais uma etapa do julgamento sobre a morte de Caio Campos Domingues, ocorrida em 4 de abril de 2023 na zona rural de Jaguaraçu. Essa é a terceira sessão do júri popular que analisa a acusação contra Luith Silva Pires Martins, de 41 anos, e João Victor Bruno Coura de Oliveira, de 23, apontados pelo Ministério Público de Minas Gerais como autores do crime.

Durante o julgamento, já prestaram depoimento nomes conhecidos da cidade, como o delegado Jorge Caldeira e o prefeito de Timóteo, Capitão Vitor Prado. A promotoria sustenta que a motivação do homicídio foi financeira: endividada, Luith teria planejado matar o marido para herdar bens e receber o seguro de vida. Para executar o plano, teria prometido R$ 10 mil a João Victor.

De acordo com a denúncia, a execução foi calculada com frieza. Caio estava com o cinto de segurança afivelado dentro da caminhonete da família quando foi atingido por vários disparos, sem qualquer chance de defesa. João Victor teria esperado escondido no local, enquanto Luith dirigia até lá com a vítima. Após o ataque, ela teria levado o atirador até uma rodovia, antes de retornar e simular uma tentativa de socorro.

\"Ela queria apenas dar um susto no marido por conta de problemas no relacionamento\", afirmou Luith à polícia durante o flagrante.
Além do homicídio, João Victor responde por posse irregular de arma de fogo, já que a pistola utilizada foi encontrada em sua residência no dia seguinte.

Na versão inicial apresentada por Luith à Polícia Militar, tratava-se de um assalto: ela contou que seguia com o marido, transportando uma bicicleta, quando um homem armado ordenou a parada. Enquanto retirava o objeto da caçamba, ouviu os disparos. Em seguida, teria sido obrigada a dar carona ao suposto criminoso, que a liberou na rodovia.

A história começou a ruir com a prisão em flagrante de João Victor poucas horas depois. O jovem teria confessado que o crime foi encomendado pela esposa de Caio. Imagens de câmeras de segurança mostraram os dois juntos no dia anterior ao assassinato, confirmando o vínculo.
Para o Ministério Público, trata-se de um homicídio cometido por motivo torpe, com promessa de pagamento e agravado por emboscada e dissimulação — circunstâncias que podem levar a pena máxima de 30 anos. Se condenados, os réus podem pegar entre 12 e 30 anos de prisão pelo homicídio, além da punição pela posse ilegal de arma, no caso de João Victor.