Luith Silva e seu comparsa são condenados pela morte do marido dela

A mulher foi condenada a 25 anos de reclusão em regime fechado

Por Plox

08/08/2025 20h27 - Atualizado há 2 dias

Terminou por volt das 23h50 o julgamento de Luith Silva Pires Martins, de 41 anos — então esposa da vítima — e João Victor Bruno Coura de Oliveira, de 23 anos, acusados do assassinato de Caio Campos Domingues, de 38, marido de Luith. A mulher foi condenada a 25 anos de reclusão em regime fechado e multa de R$ 15 mil.  João Victor, que teve redução da pena por ser menor de 21 anos à época do crime, deverá cumprir 14 anos de prisão em regime fechado e multa de R$ 15 mil para reparação dos danos.

Imagem Foto: Andressa Estevão

 A juíza responsável é Marina Souza Lopes Ventura Aricodemes. 


A sequencia do julgamento


O primeiro dia do julgamento, na quarta-feira (06), foi marcado por forte comoção. Familiares e amigos da vítima se reuniram em frente ao Fórum Geraldo Perlingeiro de Abreu, em Timóteo, Minas Gerais, desde cedo.


Imagem Caio Campos Domingues / Foto: Redes Sociais


O Ministério Público foi conduzido pelos promotores Frederico Duarte Castro e Jonas Junio Linhares Costa Monteiro, com assistência do advogado Ignácio Luiz Gomes de Barros Júnior. A defesa de Luith contou com cinco advogados, entre eles: Lorena Iara Vidal Santos, Larissa Alves de Oliveira, Caio Ulhoa, José Constantino Filho. João Victor é defendido por Flaviano Dueli de Souza. O primeiro dia de julgamento foi marcado pelo depoimento das testemunhas de acusação e sessão terminou por volta das 21h.


Imagem Foto: Andressa Estevão/`PLOX


Segundo a denúncia, Luith, esposa de Caio à época, teria prometido R$ 10 mil a João Victor para executar o crime. A acusação sustenta que a motivação foi financeira, devido a dívidas que a ré enfrentava e a recusa do marido em ajudá-la. O Ministério Público afirma que Caio foi surpreendido dentro do carro, com o cinto de segurança afivelado, quando João Victor, escondido no local, disparou contra ele — um tiro na cabeça e dois no peito. Luith teria dirigido até o ponto da emboscada e, após o assassinato, ajudado o executor a fugir antes de retornar e simular um socorro.


Imagem Luith Silva Pires Martins/ Foto: Redes Sociais


Na quinta-feira (07/08), depoimentos marcaram uma das sessões mais intensas da história da comarca: o delegado Jorge Caldeira, a perita criminal, um prestador de serviços da família e outras testemunhas foram ouvidos. João Victor optou por ficar em silêncio e deu depoimento breve; já Luith, orientada por sua defesa, fez uma explanação que durou cerca de uma hora, onde afirmou: “Eu jamais ia matar o pai dos meus filhos”. O dia terminou por volta das 20h30, com expectativa voltada aos debates que ocorreriam no dia seguinte.


Imagem Foto: Redes Sociais


Nesta sexta-feira (08/08), os debates entre acusação e defesa se estenderam por mais de dez horas, com trocas acaloradas. Os promotores enfatizaram a solidez das provas, sustentando que houve homicídio premeditado, com promessa de pagamento de R$ 10 mil, e violência que dificultou a defesa da vítima — qualificadoras presentes na denúncia.


Imagem Foto: Redes Sociais


O promotor Frederico Duarte Castro emocionou a família da vítima citando trechos da música “Pedaço de Mim”, de Chico Buarque. Um momento de grande impacto foi a exibição do vídeo de confissão de João Victor, gravado horas após a prisão. Luith passou mal durante a exibição e precisou deixar o plenário. A defesa de João Victor afirmou que a gravação foi obtida sob coação e sem a presença de advogado, e sustentou a inocência do acusado. A defesa de Luith insistiu na tese de atenuante, em que Caio teria agredido Luith, na tentativa de reduzir eventual pena. 


Por volta das 23h, o Conselho de Sentença se pronunciou, declarando os réus culpados por homicídio qualificado. A juíza, então, fixou pena base conforme o Código Penal...


O julgamento histórico — o mais longo já realizado na Comarca de Timóteo, com mais de 30 horas de sessão ao longo de três dias — chega ao fim, marcando mais um capítulo no debate público sobre violência familiar e justiça no Vale do Aço.


Destaques