Sóstenes pede perdão público a Hugo Motta após tensão na Câmara
Deputado do PL reconhece erro em abordagem privada com presidente da Casa e nega qualquer tipo de chantagem da oposição
Por Plox
08/08/2025 14h17 - Atualizado há 1 dia
Durante uma sessão realizada na quinta-feira (7), o deputado federal Sóstenes Cavalcante, líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, fez um pedido de perdão público ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). O gesto ocorreu dias após a ocupação do plenário por parlamentares da direita, em protesto contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

No discurso, Sóstenes admitiu ter agido de forma inadequada nos bastidores e declarou que Motta não foi alvo de chantagem da oposição. \"O presidente Hugo Motta não foi chantageado por nós. Ele não assumiu compromisso de pauta nenhuma conosco. Não fui correto no privado, mas faço questão de vir em público e te pedir perdão\", declarou.
\"Acho que muitos colegas aqui, no calor da emoção, não estávamos emocionalmente estruturados para aquilo. Nós precisamos de uma reconciliação nesta Casa, de boa convivência para dar exemplo para o Brasil\", completou.
A manifestação do parlamentar veio após três dias de tensão no Congresso, iniciados com a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na terça-feira (5), deputados e senadores anunciaram uma estratégia de obstrução das votações na Câmara e no Senado, exigindo que propostas do chamado “pacote da paz” fossem colocadas em pauta.
Dentre os itens reivindicados, estão a anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e uma proposta de emenda constitucional para o fim do foro privilegiado. O movimento levou à ocupação do plenário por membros da direita, que retomaram os trabalhos apenas na quinta-feira.
Ainda em seu discurso, Sóstenes comparou o ato de resistência parlamentar à situação do ex-presidente. “O que aconteceu aqui foi muito maior do que a prisão de um homem inocente como Bolsonaro”, afirmou. Ele também fez duras críticas ao Judiciário, mencionando que \"um ministro ou dois ministros do STF que nunca tiveram um voto desconsiderar um Congresso Nacional inteiro é a desmoralização dessa Casa\".
O presidente da Câmara, Hugo Motta, respondeu dizendo que a noite da ocupação representou um “grande desafio” e expressou o desejo de que a democracia prevaleça nas votações futuras.
Imagens registradas durante a ocupação devem ser usadas por Motta para avaliar eventuais punições aos parlamentares envolvidos no protesto. A pressão por parte da oposição segue alta, mas os trabalhos legislativos foram oficialmente retomados com o apelo por reconciliação feito publicamente por Sóstenes.