Zema critica Lula após encontro com governadores e cobra ação contra tarifas dos EUA

Durante um encontro entre governadores da direita realizado na residência oficial de Ibaneis Rocha, no Distrito Federal, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), saiu do evento direcionando duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, a recente imposição de tarifas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros é resultado direto de ações do governo federal, e agora caberia ao Planalto encontrar soluções urgentes para proteger as empresas afetadas.

Zema argumentou que o tarifaço norte-americano seria uma retaliação à aproximação do Brasil com países considerados rivais dos EUA e à proposta brasileira de criação de uma moeda alternativa ao dólar. “Se o governo causou o problema, que conserte e ressarça as empresas”, declarou o governador, exigindo apoio imediato às companhias que perderam mercado em um dos seus principais destinos de exportação.

O chefe do Executivo mineiro afirmou ainda que, caso Lula não esteja disposto a reaproximar o Brasil de Washington, o Congresso Nacional deveria tomar a frente desse processo, para evitar demissões e o fechamento de negócios. Zema, que deve oficializar sua pré-candidatura à Presidência da República em 16 de agosto, retomou o discurso bolsonarista ao alertar para uma possível guinada do Brasil rumo ao autoritarismo.

“Na reunião, deixei claro minha preocupação com o alinhamento do Brasil às ditaduras, seguindo o mesmo caminho que a Venezuela seguiu décadas atrás com Hugo Chávez”

, afirmou.

As novas tarifas começaram a vigorar na quarta-feira, 7 de agosto, e afetam vários países, embora as alíquotas aplicadas ao Brasil estejam entre as mais pesadas. Minas Gerais, por sua vez, é um dos estados com maior volume de exportações para os Estados Unidos, o que acentua o impacto das medidas no setor empresarial mineiro.

A repercussão foi imediata entre parlamentares da oposição. A deputada Lohanna (PV) reagiu ao discurso de Zema com ironia, lembrando que o governador não conseguiu negociar a dívida pública de Minas nem mesmo quando o presidente era Jair Bolsonaro (PL), seu aliado político.

“Zema não teve capacidade política nem para negociar a dívida de Minas Gerais, que cresce dia após dia sob sua gestão, nem mesmo quando o presidente era Bolsonaro”

, disse.

Ela ainda criticou a administração do estado, ressaltando problemas como a queda nos índices educacionais, estradas em péssimo estado, e desafios na segurança pública. Para a deputada, o governador deveria resolver os problemas locais antes de cobrar da União soluções nacionais.

A reunião com os governadores da direita, que também contou com a presença de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçou o posicionamento político de Zema e sua intenção de disputar protagonismo no cenário eleitoral de 2026.