Bolsonaro pede autorização para cirurgia de pele durante prisão domiciliar

Na manhã desta segunda-feira (8/9), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido para sair de casa no próximo domingo (14/9), a fim de realizar um procedimento médico. O tratamento está previsto para ocorrer no Hospital DF Star, em Brasília, em caráter ambulatorial, com alta programada para o mesmo dia.

Foto: PL

De acordo com documento assinado pelo médico Claudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica responsável, o procedimento será realizado por conta de um nevo melanocítico localizado no tronco. Essa alteração se manifesta como uma pinta ou mancha na pele, geralmente benigna, mas que requer acompanhamento quando apresenta mudanças em cor, tamanho ou formato.

O pedido ocorre em um momento decisivo para Bolsonaro, já que a intervenção médica pode acontecer apenas dois dias após o encerramento do julgamento da Primeira Turma do STF, marcado para sexta-feira (12/9). O processo investiga uma suposta trama golpista que envolve o ex-presidente e outros sete réus. O julgamento começou com a leitura do relatório feita pelo ministro Alexandre de Moraes, seguido da sustentação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que pediu a condenação de Bolsonaro e aliados. Após as manifestações da acusação e da defesa, a etapa de votação dos ministros será retomada na próxima terça-feira (9/9).

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por decisão de Moraes. Antes dessa medida, o ex-presidente já tinha restrições impostas, como o uso de tornozeleira eletrônica e limitações de horários para sair de casa. Essas regras foram descumpridas, segundo o ministro, quando Bolsonaro apareceu em uma chamada de vídeo transmitida em um ato bolsonarista, ao lado do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). O episódio foi divulgado nas redes sociais por seus filhos, Flávio e Carlos Bolsonaro, mas as postagens acabaram sendo apagadas posteriormente.

"Bolsonaro desrespeitou deliberadamente medidas cautelares impostas anteriormente, como a proibição do uso de redes sociais, mesmo por terceiros", destacou Moraes em decisão anterior.

Agora, a autorização para o deslocamento ao hospital depende da análise do STF, que deve decidir se o ex-presidente poderá realizar o procedimento médico no prazo solicitado.