Ex-presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá tem vitória na Justiça e será indenizado

Wagner ganha processo relacionado a acusações de uso indevido de dinheiro do clube; Justiça determina pagamento de R$ 10 mil e remoção de postagens nas redes sociais.

Por Plox

08/10/2024 13h41 - Atualizado há 13 dias

Mais uma vitória judicial para Wagner Pires de Sá
Wagner Pires de Sá, ex-presidente do Cruzeiro durante o período de 2018 a 2019, obteve uma nova decisão favorável da Justiça. Desta vez, ele venceu uma ação por danos morais movida contra o ex-deputado estadual Léo Portela, que à época das acusações era do PR (atual PL). A juíza Fernanda Baeta Valente, da 29ª Vara Cível de Belo Horizonte, determinou que Portela deve pagar uma indenização no valor de R$ 10 mil a Pires de Sá, além de remover publicações em suas redes sociais que motivaram o processo.

Acusações e decisão judicial
Em 2020, Léo Portela, então superintendente de relações institucionais do Cruzeiro, convocou a imprensa para acusar Wagner Pires de Sá de utilizar recursos do clube para pagar impostos de veículos pessoais. No entanto, a Justiça não encontrou comprovação dessas alegações. De acordo com a decisão, ficou provado que os impostos foram quitados com recursos próprios de Pires de Sá, o que levou ao entendimento de que as acusações de Portela foram inverídicas.

Segundo a decisão judicial, as declarações públicas "inflamaram a opinião pública de forma negativa contra a figura do autor, repercutindo em ameaças graves contra sua integridade física e de sua família." A defesa de Léo Portela argumentou que suas declarações estavam protegidas pela imunidade parlamentar, mas a Justiça entendeu que, como as publicações ocorreram em redes sociais pessoais, não estavam relacionadas às suas atribuições como deputado.

Repercussão das denúncias e danos causados
As declarações de Portela ganharam ampla repercussão na mídia, intensificando as críticas contra Wagner Pires de Sá, que já estava sob pressão devido à má gestão no Cruzeiro. "As acusações inverídicas proferidas pelo então deputado Léo Portela foram reproduzidas em veículos de imprensa com grande repercussão e inflamaram a opinião pública contra a figura do ex-presidente Wagner. Os dissabores advindos da denúncia falaciosa não serão reparados, mas foram atenuados a partir desta decisão", declarou Fernanda São José, advogada de Pires de Sá.

Caso Léo Portela não cumpra a decisão judicial de pagar a indenização e excluir as postagens, poderá ser aplicada uma nova multa. O ex-deputado já anunciou que recorrerá da decisão. "Respeitando o Juízo de primeiro grau, mas discordando da decisão, recorreremos ao Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais", afirmou.

 

Fotp: Vinnícius Silva/Cruzeiro

 

 

Gestão de Wagner Pires de Sá e rebaixamento do Cruzeiro
Wagner Pires de Sá foi eleito presidente do Cruzeiro para o triênio de 2018 a 2020 e iniciou sua gestão com conquistas importantes, como a vitória na Copa do Brasil de 2018 e o título do Campeonato Mineiro de 2019. No entanto, a partir da segunda metade de 2019, a situação do clube começou a deteriorar.

Apesar de uma primeira fase promissora na Copa Libertadores de 2019, em que o Cruzeiro somou cinco vitórias em seis jogos, o time foi eliminado nas oitavas de final pelo River Plate. No Campeonato Brasileiro, a equipe celeste teve uma campanha desastrosa e acabou rebaixada à Série B, algo inédito na história do clube.

Escândalos e renúncia
A má fase esportiva foi acompanhada por denúncias de irregularidades administrativas na gestão de Wagner Pires de Sá. Em meio a uma pressão intensa da torcida e de outros conselheiros, ele renunciou ao cargo de presidente do Cruzeiro em dezembro de 2019. Apesar da renúncia, as investigações continuaram.

Em fevereiro de 2022, Pires de Sá foi expulso do quadro de conselheiros do clube em votação que contou com 113 votos a favor, 20 contrários, dois nulos e um em branco.

Arquivamento das investigações criminais
Já em setembro de 2023, o inquérito que investigava Wagner Pires de Sá e outros dirigentes, como Itair Machado e Sérgio Nonato, foi arquivado pela 7ª Vara Criminal de Belo Horizonte por falta de provas. Eles haviam sido denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por crimes como lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsidade ideológica e formação de organização criminosa, mas a Justiça entendeu que não havia evidências suficientes para continuar com o processo.

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