Delegado da Operação Sem Desconto assume setor da PF voltado a facções criminosas
Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi passa a comandar a Divisão de Análise de Dados de Facções Criminosas, ligada à Diretoria de Inteligência Policial da PF.
Por Plox
08/10/2025 08h02 - Atualizado há 6 dias
Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi, conhecido por sua atuação na Operação Sem Desconto — investigação que revelou fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) —, foi designado para comandar a Divisão de Análise de Dados de Facções Criminosas da Polícia Federal. O setor, ligado à Diretoria de Inteligência Policial, é responsável por reunir e interpretar informações estratégicas sobre o crime organizado no país.

A nova função coloca Bergamaschi no centro das ações voltadas ao enfrentamento de grupos criminosos que se expandem em diferentes regiões do Brasil. Sua divisão tem como missão coletar dados sobre facções que atuam com violência, analisar ameaças à segurança pública e identificar mecanismos de lavagem e ocultação de recursos ilícitos. Além disso, cabe à equipe traçar o mapeamento do modo de operação dessas organizações para apoiar investigações e operações da PF.
A trajetória de Bergamaschi ganhou destaque após sua participação direta na apuração das fraudes previdenciárias investigadas pela Operação Sem Desconto. Em agosto, ele foi um dos primeiros a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o esquema. O delegado prestou esclarecimentos aos senadores durante uma sessão reservada realizada no dia 28 daquele mês.
Durante cinco horas, ele respondeu às perguntas dos parlamentares sobre os procedimentos e resultados alcançados pela operação. Contudo, seguiu determinação do ministro André Mendonça, que o impediu de comentar investigações ainda em andamento.
\"O conteúdo de sua fala ficou restrito aos fatos já públicos sobre a Operação Sem Desconto\", determinou o magistrado ao definir os limites do depoimento.
A nomeação de Bergamaschi reforça a aposta da Polícia Federal em uma integração mais estreita entre inteligência e ação estratégica contra o crime organizado, especialmente no momento em que as facções ampliam sua influência sobre diferentes atividades ilícitas no país.
A expectativa é que a divisão sob seu comando intensifique o compartilhamento de dados e o desenvolvimento de análises aprofundadas para orientar operações conjuntas entre estados e o governo federal.