Saúde

Novembro Azul: câncer de próstata ainda é marcado por tabus sobre sexualidade

Doença frequente entre homens pode afetar desempenho sexual e fertilidade; diagnóstico precoce é dificultado por preconceitos, mas avanços como cirurgia robótica ajudam na preservação das funções.

08/11/2025 às 08:42 por Redação Plox

O câncer de próstata ocupa lugar de destaque entre os tumores mais frequentes em homens, ficando atrás apenas do câncer de pele. A doença afeta uma glândula situada abaixo da bexiga, responsável por parte da produção do sêmen e ligada diretamente ao sistema reprodutor masculino, o que traz dúvidas e apreensão, especialmente em relação à vida sexual e à fertilidade.

Novembro Azul: a doença de próstata ainda gera preconceitos relacionados à sexualidade

Novembro Azul: a doença de próstata ainda gera preconceitos relacionados à sexualidade

Foto: Reprodução

Câncer pode impactar desempenho sexual

Alterações na próstata, sejam benignas ou malignas, podem afetar a função erétil, o desejo e o desempenho sexual masculino. Além disso, tratamentos como cirurgia, radioterapia e medicamentos podem interferir na resposta sexual de modo temporário ou prolongado.

Manter uma vida sexual ativa e saudável tem impacto direto no bem-estar geral. O prazer e o orgasmo estimulam a liberação de hormônios que ajudam a reduzir o estresse e a melhorar a qualidade do sono. É possível, inclusive, preservar a sexualidade de forma satisfatória até a terceira idade. No sexo, o mais importante é o consentimento e a segurança de todas as pessoas envolvidas.

Tabus dificultam diagnóstico precoce

Embora seja uma questão de saúde, o câncer de próstata ainda é cercado de tabus e receios, especialmente quando ligados à masculinidade. Falar sobre prevenção, diagnóstico precoce e tratamento contribui para quebrar estigmas e reafirmar que cuidar da saúde é um ato de autocuidado.

Tabus em torno do exame de toque retal persistem, o que pode postergar o diagnóstico. Muitos homens evitam procurar o urologista por medo de que a descoberta da doença interfira na função sexual ou prejudique sua "performance como homem".

O tabu vem de muitos anos atrás, quando se acreditava que os procedimentos deixariam o paciente com disfunção erétil, além do preconceito com o toque retal. Esse tabu vem diminuindo à medida que campanhas de conscientização sobre a saúde do homem se tornam mais comuns, mas ainda é algo que encontramos com frequência. — Médico urologista Rodrigo Braz

Tratamentos modernos e preservação da função erétil

A próstata, localizada próxima de nervos envolvidos na ereção, pode ter seu tratamento — sobretudo algumas cirurgias — afetando a função erétil. Segundo o especialista, a prostatectomia radical está associada a esse risco.

No passado, era esperado que o paciente submetido a esse tratamento apresentasse algum grau de disfunção erétil. Com a introdução da cirurgia robótica, houve avanços relevantes na preservação das funcionalidades sexuais.

Saúde geral influencia o desempenho

A disfunção sexual masculina não está ligada apenas ao câncer de próstata. Fatores como hipertensão, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo e tabagismo têm impacto importante sobre a função sexual.

Muitos homens querem apenas um remédio para ereção, mas esquecem que perder peso, fazer atividade física e dormir bem são fundamentais para a função sexual. Às vezes, a disfunção erétil é um marcador precoce de problemas cardiovasculares, como aterosclerose ou doenças coronarianas. — Médico urologista Rodrigo Braz

Cuidar globalmente da saúde, portanto, é fundamental para o bem-estar sexual, mental e emocional em todas as fases da vida.

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