Profissionais capazes de criar e operar agentes de inteligência artificial (IA) estão cada vez mais valorizados no mercado. Essa especialização, embora ainda recente, já representa uma oportunidade promissora para quem busca crescer na carreira de tecnologia.

O que são agentes de IA e como atuam

Agentes de IA são programas criados para executar tarefas automaticamente, como realizar compras online ou reservar restaurantes sem a interferência direta do usuário. Em ambientes corporativos, essas soluções agilizam processos, aumentam a eficiência operacional e potencializam a produtividade.

O desenvolvimento desses agentes está ligado ao avanço das tecnologias de inteligência artificial generativa — a mesma que deu origem ao ChatGPT. Elas permitem que sistemas interajam, criem conteúdos, imagens, vídeos, músicas e tomem decisões autônomas baseadas em grandes volumes de dados.

Empresas líderes em tecnologia, como Amazon, Google, Microsoft, OpenAI e IBM, já oferecem plataformas para a criação de agentes personalizados. Nos últimos meses, essa tecnologia passou a ser disponibilizada também para usuários comuns, ampliando as possibilidades de atuação no mercado.

Mercado promissor, mas em formação

Apesar de ainda não existirem cargos formalizados para profissionais dessa área, o mercado está aquecido e as empresas investem cada vez mais em soluções baseadas em agentes autônomos. Algumas organizações já consideram a criação de funções especializadas, como especialistas em agentes e auditores focados em ética e segurança.

As perspectivas para a carreira são consideradas positivas. O setor oferece salários atrativos: pesquisas apontam remuneração média inicial de R$ 3,5 mil, podendo chegar a R$ 20 mil em regime CLT. Para cargos de maior senioridade, como especialista ou engenheiro de IA, os valores podem ultrapassar R$ 27 mil.

O campo de atuação é vasto: profissionais podem trabalhar em empresas de diversos setores, como varejo, finanças, alimentos, educação e comunicação, desde que estejam investindo em projetos de IA.

Falta de profissionais ainda é desafio

Um dos principais obstáculos enfrentados pelo setor é a escassez de profissionais qualificados. A demanda por especialistas em IA cresce acima de 20% ao ano no Brasil, podendo chegar a 30% no cenário internacional. Muitos dos que ingressam na área ainda não possuem formação adequada, o que evidencia a necessidade de capacitação contínua e formação sólida.

Como agentes de IA são usados no dia a dia

O desenvolvimento de agentes de IA já é realidade em diversas empresas brasileiras. Profissionais jovens vêm se destacando nesse contexto. João Gama, por exemplo, atua criando sistemas que automatizam a análise de inspeção de veículos, identificando problemas automaticamente e agilizando tomadas de decisão. Já Evellyn Nicole dedica-se a projetar robôs que respondem a perguntas simples e acessam rapidamente bancos de dados da empresa.

Segundo relatos, o trabalho com agentes de IA não só melhora processos internos, mas também permite que analistas e gestores foquem em atividades estratégicas ao eliminar tarefas repetitivas. Trabalhar com agentes de IA é apontado como uma das competências técnicas mais valorizadas no atual cenário tecnológico.

Habilidades essenciais para atuar com IA

O sucesso na criação de agentes de IA depende da combinação de conhecimento técnico e visão de negócios. Mesmo profissionais que atuam em áreas não técnicas podem se destacar, desde que compreendam bem os processos da empresa.

O domínio de linguagens de programação, especialmente Python, é recomendado para quem deseja ingressar na área, além de familiaridade com ferramentas modernas como Lindy, OpenAI Operator, LangChain, CrewAI, AutogenAI e Langflow.

Além de programação, são fundamentais os conhecimentos em fundamentos de inteligência artificial, machine learning, linguagem natural e análise de dados, incluindo técnicas de visualização.

O que valoriza um profissional no mercado de agentes de IA?

Para conquistar espaço, as empresas buscam profissionais com formação superior — muitas vezes exigindo pós-graduação ou mestrado em IA. Outras características valorizadas incluem perfil analítico e crítico, compreensão dos fluxos de trabalho da empresa e dedicação constante ao estudo, já que se trata de uma área em rápida evolução.

Participar de hackathons e encontros de IA, mesmo sem conhecimentos técnicos avançados, também é uma forma de aprimorar habilidades na prática e ampliar networking.

Apesar dos excelentes salários e da rápida expansão da área, profissionais relatam alguns desafios, como a instabilidade dos sistemas (“alucinações” da IA), a solidão profissional devido ao baixo número de especialistas e a escassez de materiais de referência no Brasil. Ainda assim, a tendência é de crescimento acelerado e novas oportunidades nos próximos anos.