Gouinage: a crescente prática sexual sem penetração que explora a diversidade de prazeres

A prática sexual conhecida como "gouinage", originária do francês e significando sexo sem penetração, vem ganhando adeptos ao redor do mundo. Diferente do entendimento convencional que prioriza a penetração, o gouinage valoriza a exploração de diversas zonas erógenas do corpo, proporcionando uma fonte intensa de prazer. Leni Oliveira, psicóloga e sexóloga, observa que limitar a sexualidade apenas aos genitais é um desperdício, dada a dinâmica e fluidez da sexualidade humana.

Gouinage para Além do Preliminar Na visão tradicional, toques, cheiros, mordidas e beijos são muitas vezes vistos apenas como preliminares. No entanto, no gouinage, esses estímulos são centrais e não se restringem apenas à masturbação ou ao sexo oral. Oliveira destaca a importância da entrega íntima dos parceiros neste processo, enfatizando que o prazer pode ser alcançado sem a necessidade de ejaculação.

Uma Perspectiva Feminina na Sexualidade Inicialmente mais comum em relações homoafetivas entre mulheres, o gouinage tem evoluído para incluir todas as formas de relações. Oliveira aponta a necessidade de uma perspectiva mais feminina na sexualidade, que frequentemente é moldada por uma visão de mundo machista e patriarcal. Ela menciona a revolução sexual feminina, que transformou o sexo de uma ferramenta de reprodução para uma fonte de prazer, incentivando uma exploração mais profunda dos sentimentos e sensações.

Repensando o Sexo e a Intimidade A sexóloga reforça a ideia de que repensar a maneira de fazer sexo implica também repensar a própria vida, enfatizando a importância de desafiar as concepções culturais e tabus em torno da sexualidade. Ela sugere que para uma mudança real, é essencial desejar genuinamente o encontro e trabalhar questões pessoais, medos e ansiedades, afastando-se de expectativas externas e visões distorcidas de sexo, como as propagadas pela pornografia.