Maduro, presidente da Venezuela, ameaça Guiana e vai à Rússia visitar Putin; Brasil em alerta

Maduro intensificou a disputa ao assinar decretos para anexar Essequibo à Venezuela, apesar de uma recente decisão da Corte Internacional de Justiça

Por Plox

08/12/2023 21h49 - Atualizado há 8 meses

Nicolás Maduro, presidente venezuelano, realizará uma visita à Rússia antes do fim do ano, confirmou um porta-voz do Kremlin. A viagem, planejada desde outubro, ganha relevância no cenário de crescente tensão entre a Venezuela e a Guiana pelo território de Essequibo.

O anúncio do Kremlin surge em um momento crítico, com a Venezuela reivindicando a posse do Essequibo, território atualmente sob administração da Guiana. A disputa territorial se agravou após os Estados Unidos declararem apoio à Guiana, planejando exercícios militares na região. Este movimento foi interpretado pelo governo de Maduro como uma provocação.

Foto: divulgação

Maduro intensificou a disputa ao assinar decretos para anexar Essequibo à Venezuela, apesar de uma recente decisão da Corte Internacional de Justiça. A Corte havia determinado que a Venezuela não deveria tomar medidas para anexar o território contestado. O referendo realizado pela Venezuela no domingo (3) sobre a anexação de Essequibo desconsiderou a sentença do tribunal.

A visita de Maduro à Rússia, ainda sem data definida, pode intensificar as tensões entre EUA e Rússia, dada a posição americana favorável à Guiana. O apoio russo ao governo venezuelano na questão do Essequibo poderia resultar em um novo confronto diplomático entre as duas potências.

A decisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de viajar para Moscou para um encontro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, provocou reações significativas no governo brasileiro, especificamente no Palácio do Planalto. A notícia do encontro, anunciada pelo Kremlin, foi recebida com surpresa pelo governo do Brasil.

No contexto dessa situação, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva tem demonstrado preocupação e irritação crescentes com as ações imprevisíveis de Maduro. Essa preocupação se acentua diante do contexto atual de tensão na América do Sul, exacerbada pela intenção de Maduro de anexar o território de Essequibo, que faz parte da Guiana.

Essa movimentação de Maduro é vista com cautela, pois representa uma aproximação com a Rússia em um momento delicado de equilíbrios geopolíticos. Esta visita vem em um período onde os Estados Unidos, rivais da Rússia no cenário global, intensificaram sua presença militar na Guiana através de exercícios militares. Assim, a viagem de Maduro é interpretada como um fator que potencialmente traz tanto a influência dos Estados Unidos quanto da Rússia para mais perto da América do Sul, alterando o equilíbrio de forças na região.

Lula indica rompimento com Maduro se Venezuela invadir Guiana
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, expressou descontentamento com o líder venezuelano Nicolás Maduro e indicou a possibilidade de um rompimento político entre Brasil e Venezuela. 

Foto: divulgação

Segundo fontes próximas, essa decisão está condicionada à potencial invasão da região de Essequibo na Guiana por parte da Venezuela. A área disputada corresponde a 70% do território guianense.

Essa declaração surge em um momento de tensão regional, onde Lula, segundo as mesmas fontes, demonstra uma preocupação crescente com a situação, distanciando-se da postura mais cética adotada pelo Itamaraty. Em conversas privadas, o presidente brasileiro relembrou a relação que mantinha com o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, falecido em 2013, contrastando-a com a dinâmica atual com Maduro.

O cenário geopolítico na América do Sul tem observado desenvolvimentos significativos, com esse possível rompimento político sinalizando uma mudança nas alianças e abordagens diplomáticas da região. A atenção se volta agora para as próximas ações de Maduro e as implicações para as relações Brasil-Venezuela, bem como para a estabilidade política no continente sul-americano
 

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