Uma mulher de 37 anos foi morta a facadas na calçada, próximo à casa onde trabalhava como cuidadora de idosos, em Bauru (SP). A vítima foi identificada como Jéssica Pereira Silva, que foi atacada quando chegava para mais um dia de trabalho.

O principal suspeito do crime é o ex-marido de Jéssica, José Felipe Candido. De acordo com informações preliminares da polícia, ele teria agredido a ex-mulher, com quem teve quatro filhos, com socos e chutes antes de desferir os golpes de faca.

Após o ataque, o suspeito fugiu e ainda não foi localizado. A polícia informou que Jéssica possuía medida protetiva contra José Felipe por agressões anteriores e era constantemente ameaçada de morte. Testemunhas relataram que ele não aceitava o fim do relacionamento, que durou 22 anos.

Protestos nacionais contra o feminicídio

O crime em Bauru ocorre em meio a uma onda de mobilizações contra o feminicídio em várias cidades do país. No domingo (7), movimentos sociais organizaram atos que reuniram milhares de pessoas em capitais e em municípios do interior de São Paulo.

Em Bauru, cerca de 300 pessoas, segundo os organizadores, participaram de uma passeata na Avenida Getúlio Vargas. Com cartazes e faixas, os manifestantes pediram o fim da morte violenta de mulheres e defenderam políticas de proteção mais efetivas.

Na capital paulista, que registra um recorde de feminicídios neste ano, mais de 9 mil pessoas se reuniram na Avenida Paulista. A marcha integrou uma série de ações articuladas nacionalmente por coletivos, entidades e organizações que atuam na defesa dos direitos das mulheres.

Feminicídio é crime hediondo na legislação brasileira

Pela legislação brasileira, feminicídio é o homicídio de uma mulher cometido por razões da condição de ser mulher, em contextos como violência doméstica e familiar, ou motivado por menosprezo ou discriminação de gênero. Nesses casos, a pena pode chegar a reclusão de 20 a 40 anos.

No Brasil, mais de mil feminicídios foram registrados em 2025, conforme dados divulgados no início de dezembro, o que reforça a preocupação de especialistas e autoridades com a escalada da violência de gênero no país.