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Recordes eternos das Copas: marcas que dificilmente serão quebradas no futebol; confira

De Just Fontaine a Miroslav Klose, passando pelos feitos únicos de Pelé, Zagallo e pelo 7 a 1 em 2014, matéria relembra recordes históricos que se tornaram quase impossíveis de repetir nos Mundiais

08/12/2025 às 08:58 por Redação Plox

A Copa do Mundo reúne, desde 1930, alguns dos maiores talentos que o futebol já produziu. Em quase um século de história, craques marcaram gerações com gols, dribles, viradas e atuações que definiram épocas. Mas, acima disso, surgiram recordes tão improváveis que parecem destinados a permanecer intocados, seja pela evolução tática do futebol, pelo aumento do equilíbrio entre seleções ou simplesmente pela raridade das circunstâncias que os permitiram acontecer.


Essas marcas vão muito além das estatísticas. Elas sintetizam momentos históricos construídos em contextos que dificilmente voltarão a se repetir. Mudanças físicas, técnicas e estratégicas do esporte criaram barreiras naturais para que grandes feitos do passado fiquem cada vez mais distantes da realidade atual. Com um calendário mais intenso, exigência física extrema e competitividade crescente, alguns desses números se tornaram quase mitológicos.


Ao longo das últimas décadas, inúmeros jogadores tentaram se aproximar dessas marcas, sem sucesso. Para o torcedor mais jovem, pode parecer questão de tempo até que novas estrelas ameacem certos recordes, mas as tendências apontam justamente o contrário: está cada vez mais raro alguém chegar perto do que os gigantes do passado realizaram.


A seguir, veja os recordes mais icônicos, impressionantes e improváveis de serem quebrados na história das Copas do Mundo.


Pelé e Just Fontaine, dois dos maiores detentores de recordes individuais na história das Copas do Mundo

Pelé e Just Fontaine, dois dos maiores detentores de recordes individuais na história das Copas do Mundo

Foto: Reprodução / FIFA.

Fontaine e os 13 gols em uma única Copa

O feito de Just Fontaine em 1958 soa quase inverossímil. O francês marcou 13 gols em apenas seis jogos, incluindo quatro contra a então campeã mundial Alemanha Ocidental. O recorde permanece intocado há mais de seis décadas, e nenhum atacante moderno sequer chegou perto de ameaçá-lo.


O segundo melhor desempenho em uma mesma edição é de oito gols, cinco a menos que o número de Fontaine. Em um futebol hoje mais estudado, defensivo e equilibrado, repetir algo parecido se torna praticamente impossível. A exigência física atual também reduz a probabilidade de um jogador manter um desempenho tão devastador em uma única campanha.

Pelé, o único tricampeão mundial em campo

Pelé segue como o único jogador a conquistar três Copas do Mundo, com os títulos de 1958, 1962 e 1970. Para igualá-lo, um atleta precisaria disputar ao menos três edições consecutivas, ao longo de 12 anos, mantendo nível físico e técnico de elite por mais de uma década.


A evolução do futebol, as transformações táticas e a maior rotatividade dos elencos tornam esse cenário extremamente improvável. A competitividade global também impede que uma seleção domine o torneio por tantos ciclos seguidos. Nem Messi, Cristiano Ronaldo, Maradona, Ronaldo Fenômeno ou Beckenbauer chegaram perto desse patamar. Pelé ocupa uma posição isolada na história das Copas.

Klose, o maior artilheiro das Copas

Miroslav Klose é um caso raro de longevidade e eficiência em Mundiais. Entre 2002 e 2014, o alemão marcou 16 gols em quatro Copas, superando Ronaldo Fenômeno por apenas um gol e assumindo a liderança isolada da artilharia histórica.


Para superar Klose, um jogador moderno teria de disputar quatro ou cinco edições seguidas, sustentando alto nível de performance, condição física impecável e contando com uma seleção competitiva por quase duas décadas. Em um cenário com defesas mais organizadas e menos espaço para centroavantes clássicos, a possibilidade parece ainda mais distante. O recorde é fruto de uma combinação rara de talento, resistência e contexto histórico.

O gol mais rápido: Hakan Şükür em 10,8 segundos

O gol de Hakan Şükür contra a Coreia do Sul, na Copa de 2002, desafia a lógica do futebol moderno. O turco precisou de apenas 10,8 segundos para balançar as redes, estabelecendo o gol mais rápido da história dos Mundiais.


Para superá-lo, alguém teria de marcar antes dos 10 segundos de jogo, algo que depende de uma sequência extremamente improvável: erro grave do adversário na saída, pressão perfeita na primeira jogada e finalização imediata. Com a saída de bola hoje mais ensaiada e seleções adotando postura mais cautelosa nos primeiros minutos, o cenário se torna quase irreal. É um daqueles recordes em que acaso e precisão se encontram de forma única.

Pelé, o mais jovem a marcar em Copas

Pelé também detém o recorde de jogador mais jovem a marcar em uma Copa do Mundo, com 17 anos e 239 dias, em 1958. Quebrar essa marca exige muito mais do que talento: é preciso que um adolescente, ainda em formação física e emocional, seja convocado, entre em campo e tenha minutagem suficiente para marcar.


No futebol atual, seleções priorizam atletas mais experientes, e jovens talentos costumam ser lançados com maior cautela. Além disso, responsabilidades táticas e o nível de pressão cresceram significativamente desde a década de 1950. Pelé não apenas estreou jovem: ele brilhou, decidiu e mudou o rumo do torneio. A chance de alguém ainda mais novo marcar em uma Copa tende a ser mínima.

Uma Copa inteira sem empates: o caso de 1930

A primeira Copa do Mundo, em 1930, é um capítulo à parte na história do torneio: todas as 18 partidas terminaram com um vencedor. Não houve um único empate.


Com o futebol atual, empates são praticamente inevitáveis, seja por estratégias de controle de jogo, pela evolução defensiva ou pelo equilíbrio técnico entre seleções. Com mais equipes, mais fases e maior número de jogos, a probabilidade de uma edição sem empates é praticamente nula. Nem goleadas inesperadas ou grandes zebras eliminam a forte tendência de placares iguais em algum momento do torneio.

Zagallo e o triplo título como jogador e técnico

Mário Jorge Lobo Zagallo é uma figura única na história das Copas. Bicampeão como jogador, em 1958 e 1962, e campeão como treinador, em 1970, ele acumulou três títulos mundiais em funções distintas.


Para igualar essa trajetória, um atleta precisaria ser campeão em campo e, décadas depois, voltar à seleção como treinador e conquistar novamente o título. A raridade desse caminho profissional, somada às dificuldades enfrentadas por técnicos em ciclos curtos de seleções, faz desse feito algo praticamente inatingível.

Cinco Copas no currículo: um clube quase fechado

A marca de cinco participações em Copas do Mundo foi alcançada por apenas três jogadores: Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Gianluigi Buffon. À primeira vista, pode parecer um objetivo mais acessível, mas trata-se de uma façanha extremamente rara.


O atleta precisa manter nível de elite por cerca de 20 anos, evitar lesões graves, atravessar diferentes gerações de treinadores e ainda competir com novos talentos que surgem a cada ciclo. Com a exigência física crescente e um calendário mais pesado, a longevidade necessária para chegar a cinco Mundiais se torna cada vez mais difícil de alcançar.

O 7 a 1 em uma semifinal de Copa

A goleada de 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil, no Mineirão, em 2014, entrou para a história como um dos jogos mais chocantes e improváveis já vistos em Copas do Mundo. Foi a maior diferença de gols em uma semifinal.


A magnitude do placar, o peso de uma semifinal e o fato de ter acontecido contra o país-sede tornam esse recorde particularmente impactante. Semifinais costumam ser partidas equilibradas, nas quais as seleções raramente se expõem defensivamente. A combinação de fatores que resultou naquele placar histórico dificilmente se repetirá em um jogo desse nível.

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