Saúde

Inovação brasileira promete reduzir em 50% amputações por diabetes

Desenvolvido na UnB, curativo de látex associado a luzes de LED aguarda aval final da Anvisa para ser incorporado ao SUS e acelerar a cicatrização em pacientes com pé diabético

08/12/2025 às 06:17 por Redação Plox

Uma tecnologia desenvolvida na Universidade de Brasília (UnB) promete reduzir pela metade o número de amputações causadas pelo diabetes. Batizada de Rapha, a inovação combina um curativo de látex natural com luzes de LED, em uma solução simples e potencialmente transformadora para o tratamento do pé diabético.


Inovação desenvolvida no Brasil busca diminuir amputações causadas pelo diabetes

Inovação desenvolvida no Brasil busca diminuir amputações causadas pelo diabetes

Foto: Reprodução/Internet

O pé diabético é uma complicação da doença que provoca feridas e infecções nos pés e está entre as principais causas de amputações. Apenas no Brasil, são registradas em média 50 mil amputações por ano relacionadas a esse problema, o que evidencia a dimensão do desafio de saúde pública.

No caso do Rapha, o mecanismo de ação é duplo: o látex natural estimula a formação de novos vasos sanguíneos, enquanto as luzes de LED ativam as células da pele, acelerando o processo de cicatrização das feridas. A expectativa é que a tecnologia beneficie milhares de pessoas no mundo todo, inclusive em contextos de maior vulnerabilidade social.

Impacto em populações mais vulneráveis

A incidência do pé diabético é maior entre pessoas em situação de pobreza e com pouco acesso à informação e cuidados em saúde. O alto número de amputações está diretamente ligado a essas desigualdades, tanto no Brasil quanto em outros países.

É uma ferida que é muito comum em pessoas de baixa renda. É muito comum em pessoas com pouco acesso à educação. É muito usual a gente ter um elevado nível de amputação por conta desse tipo de problema social. Isso acontece no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa, na África

Suélia Fleury Rosa

Para os pesquisadores envolvidos, garantir que a tecnologia chegue justamente a esses grupos é parte essencial da proposta, ampliando o acesso a um tratamento mais eficiente e com potencial para evitar amputações.

Da pesquisa ao produto: quase 20 anos de percurso

Transformar a ideia em um produto levou quase duas décadas. O projeto atravessou o chamado “vale da morte” da inovação, fase crítica em que muitas tecnologias param no meio do caminho entre os bons resultados em laboratório e a chegada efetiva ao mercado.

Ao longo desse período, a equipe investiu em estudos, testes e metodologias científicas para comprovar a eficácia e a eficiência do curativo de látex com LED, sempre com foco na aceitação pelo usuário final.

Reta final para chegar ao SUS

A tecnologia já obteve a aprovação de segurança do Inmetro e agora aguarda apenas a autorização final da Anvisa. Com esse aval, o Rapha poderá ser incorporado à rede pública de saúde, ampliando o acesso ao tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para quem lidera a pesquisa, o sentimento é de conquista, mas também de continuidade: a missão só se completa quando o curativo estiver sendo utilizado por quem mais precisa, como uma nova opção de cuidado e prevenção de amputações.

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