Bolsonaro escolhe novo advogado para defesa no STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) definiu uma nova liderança para sua equipe de defesa no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado criminalista Celso Vilardi foi escolhido para comandar os trabalhos jurídicos nos processos em tramitação contra Bolsonaro, assumindo a função oficialmente nesta quinta-feira (9). A mudança ocorre em um momento marcado por debates sobre os acontecimentos de dois anos atrás, que incluíram atos golpistas em Brasília.

Perfil de Celso Vilardi

Renomado no meio jurídico, Celso Vilardi é professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e tem ampla experiência em casos de alta complexidade, muitos deles relacionados a grandes operações da Polícia Federal. Além de liderar causas importantes, ele integra o Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD). Entre seus clientes, destacam-se o empresário Eike Batista, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT envolvido no mensalão. Ele também representa o Conselho de Administração das Lojas Americanas e a própria empresa em disputas jurídicas.

Ao comentar sobre seu novo papel na defesa de Bolsonaro, Vilardi declarou: "Já estudei o caso e vou começar a trabalhar agora. Sobre eventuais mudanças de estratégia ou algo do tipo não cabe falar por enquanto."

Contexto e Mudanças na Defesa

Até o momento, a equipe de defesa de Bolsonaro era liderada por Paulo Cunha Bueno, que continuará atuando no caso, mas agora sob a coordenação de Vilardi. A nomeação do novo advogado acontece enquanto o ex-presidente enfrenta investigações sobre sua suposta participação em uma tentativa de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal em novembro de 2024, juntamente com outras 36 pessoas, incluindo o general da reserva Walter Braga Netto e líderes do PL, como Valdemar Costa Neto.

Repercussões e Debate Político

A data da mudança na defesa coincide com os dois anos dos atentados contra as sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Enquanto aliados de Bolsonaro defendem a anistia aos presos pelos ataques, o presidente Lula realizou eventos para marcar a ocasião, prometendo punições severas aos responsáveis.