Enchente histórica atinge Dom Silvério e deixa mais de 100 desalojados

Prefeito classifica desastre como o pior em quatro anos; prejuízos incluem perda de pontes, animais mortos e interrupções no fornecimento de serviços essenciais

Por Plox

09/01/2025 16h53 - Atualizado há 5 meses

A cidade de Dom Silvério, na Zona da Mata de Minas Gerais, enfrentou, entre a tarde de terça-feira (7) e a madrugada de quarta-feira (8), a pior enchente dos últimos quatro anos, conforme declarou o prefeito José Bráulio Aleixo. Em apenas 20 minutos, o município registrou 150 milímetros (mm) de chuva, um volume quase equivalente ao esperado para todo o mês de janeiro, que era de 220 mm. O transbordamento de um córrego local resultou em danos graves tanto para propriedades particulares quanto para a infraestrutura pública. O saldo do desastre inclui 105 desalojados e 15 desabrigados. Veja os detalhes na Live.

 


Impacto humano e perdas materiais
As famílias afetadas perderam móveis, eletrodomésticos e outros bens essenciais. “Há famílias que perderam tudo que tinham em suas casas. Roupas, camas, televisões, utensílios domésticos… Essas foram as maiores perdas”, relatou José Bráulio Aleixo.


Apesar da gravidade da situação, não houve registro de feridos ou mortes mas ao menos 12 animais domésticos morreram. Aproximadamente 200 imóveis residenciais e comerciais foram atingidos.

 

“Foi a pior enchente dos últimos quatro anos”, afirmou o prefeito, relembrando as dificuldades enfrentadas durante sua gestão, iniciada em 2021.

 

Foto: Rede Social


Infraestrutura comprometida
A força das águas destruiu pelo menos nove pontes, incluindo estruturas de concreto e madeira. Duas dessas pontes estavam localizadas na área urbana, e outra ainda está sendo avaliada para determinar se poderá ser utilizada. Houve também deslizamentos de terra que bloquearam acessos e interrupções no fornecimento de energia elétrica e água em algumas localidades.


“A limpeza da área urbana deve ser concluída ainda hoje”, destacou o prefeito, informando que uma força-tarefa com mais de 200 trabalhadores, caminhões-pipas, maquinário pesado e o apoio da população foi mobilizada para a retirada de entulhos e para a desobstrução das vias.

 

Foto: Rede Social


Situação de emergência e busca por recursos
Diante da gravidade da enchente, a prefeitura decretou situação de emergência, medida que permite maior agilidade na mobilização de recursos, realização de obras emergenciais e solicitação de apoio estadual e federal.


“Precisamos elaborar um relatório preciso da situação para acessar recursos federais e estaduais e pleitear emendas parlamentares. Já estamos fazendo este levantamento e em contato com todos que podem nos ajudar”, afirmou José Bráulio.


A prefeitura também está trabalhando para formalizar pedidos de ajuda junto à Defesa Civil e ao governo federal, com o objetivo de reconstruir as áreas mais afetadas e prestar assistência às famílias impactadas.


Ajuda comunitária e esforços de reconstrução
Com a colaboração da população local, os trabalhos de limpeza avançam, mas o processo de recuperação total ainda deve levar tempo. “Quanto ao trabalho de desobstrução das vias, ainda é muito cedo para responder”, concluiu o prefeito, sinalizando que os desafios ainda são significativos.


A devastação em Dom Silvério destaca a vulnerabilidade da região a eventos climáticos extremos e reforça a necessidade de medidas preventivas e estruturais para minimizar impactos futuros.

 

 

Policiais Militares resgatam moradores vítimas de enchente


Na noite de terça-feira (7/01) policiais militares de Dom Silvério protagonizaram uma ação heroica para salvar vítimas de uma enchente causada pelas fortes chuvas que atingiram a cidade. Demonstrando coragem e preparo, os militares, juntamente com pessoas da comunidade e autoridades, utilizaram cordas e técnicas especializadas para resgatar pessoas que estavam presas em locais de difícil acesso, incluindo correntezas perigosas. Graças à atuação conjunta e eficiente,  dezenas de pessoas foram salvas, não havendo registro de óbitos em decorrência do sinistro causado pelo intempérie da natureza.


Chuva em Minas Gerais
Para além das ocorrências registradas esta semana em várias cidades mineiras, a estação das chuvas, que começou em setembro de 2024 e deve prosseguir até março, já causou ao menos 12 mortes em Minas Gerais, além de desalojar 1.385 pessoas e desabrigar outras 198.


Os óbitos ocorreram em nove cidades, a partir de 27 de setembro: Ipanema (3); Raul Soares (2) e Uberlândia; Maripá de Minas; Coronel Pacheco; Nepomuceno; Capinópolis; Alterosa e Carangola, com uma morte cada.


Em todo o período, ao menos 46 municípios decretaram situação de anormalidade, ou seja, de emergência ou calamidade pública.

 

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