Represa de SP registra série de ataques de piranhas e assusta turistas

Sete casos foram confirmados em 15 dias; Prefeitura proíbe banho, mas libera embarcações sem contato com a água

Por Plox

09/02/2025 13h08 - Atualizado há cerca de 1 mês

Mais um ataque de piranhas foi registrado na Represa do Broa, em Itirapina, interior de São Paulo, no último sábado (8), marcando o sétimo caso em apenas 15 dias. A vítima foi um turista de Campo Grande (MS), que sofreu um ferimento no dedo mindinho do pé esquerdo.

Foto: Reprodução

Apesar das proibições estabelecidas pela prefeitura desde 27 de janeiro, quando os primeiros incidentes ocorreram, algumas pessoas continuam entrando na água. O gesseiro Izaías dos Santos, última vítima registrada, relatou que subestimou os alertas.

"Sou de Campo Grande, sempre tomei banho onde tem piranhas e nunca aconteceu ataque. Achei meio duvidoso, aí vim e constatei. Senti uma beliscada no dedo. Saí e vi que tinha arrancado um pedaço. Aí sabia que era piranha", disse ele ao g1.

Após o incidente, Santos demonstrou preocupação com a segurança das crianças que visitam o local. "A gente avisa porque é perigoso. Adulto ainda vai, mas crianças... É bom evitar", alertou.

Ataques anteriores mobilizam autoridades

No fim de semana de 26 e 27 de janeiro, seis pessoas – sendo cinco adultos e uma criança – foram atacadas na mesma represa. Duas delas precisaram ser socorridas pela Defesa Civil e encaminhadas ao hospital. Entre os casos, um foi considerado grave devido a uma mordida no pé.

A Represa do Broa é um dos principais pontos turísticos da região, atraindo grande fluxo de visitantes no verão. Entretanto, o risco de novos ataques vem preocupando tanto turistas quanto moradores locais.

Comportamento das piranhas pode explicar ataques

Especialistas apontam que as piranhas atacam, principalmente, nas áreas com aguapés, plantas aquáticas que crescem às margens da represa e servem de local de reprodução. Durante o período da piracema, quando os peixes sobem os rios para a desova, os machos tornam-se mais agressivos, protegendo seus ninhos contra possíveis ameaças – o que pode estar por trás do aumento dos incidentes.

Casos semelhantes já foram relatados em outras cidades da região, como Pereira Barreto e Santa Cruz da Conceição, mas os registros na Represa do Broa são recentes.

Prefeitura adota medidas emergenciais

Diante da gravidade da situação, a Prefeitura de Itirapina convocou especialistas e órgãos ambientais para obter orientações sobre como lidar com o problema. Entre os órgãos consultados estão:

  • Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb)
  • Gestão da Área de Proteção Ambiental (APA) Cuesta Corumbataí
  • Comitê de Bacias Hidrográficas
  • Agência de Águas do Estado de São Paulo (SP Águas)
  • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)

Embora o banho na represa esteja proibido, a prefeitura autorizou a circulação de embarcações, desde que não haja contato direto com a água.

A administração municipal reforçou que a prioridade é garantir a segurança dos visitantes. "Nosso objetivo é garantir que todos possam desfrutar da natureza com segurança", afirmou em nota oficial.

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