Servidores da educação cobram pagamento integral do piso em MG

Trabalhadores da educação básica reivindicam reajuste salarial, valorização profissional e melhores condições nas escolas públicas estaduais

Por Plox

09/04/2025 07h57 - Atualizado há 15 dias

A capital mineira foi palco, nesta terça-feira, de um dia de mobilização intensa protagonizado pelos profissionais da educação básica de Minas Gerais.


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Com representantes dos oito setores da área, o ato organizado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) reuniu caravanas da capital e do interior em uma jornada que incluiu passeata e audiência pública, dando início à Campanha Salarial de 2025.


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A manifestação teve início na Praça Raul Soares e seguiu rumo à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde ocorreu a audiência requerida pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT). O evento tratou de temas centrais para o setor, como a luta contra a precarização e a privatização do ensino público, além de reivindicar reajustes e valorização dos profissionais.


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Durante todo o percurso da passeata, as críticas ao governo de Romeu Zema foram recorrentes. A diretora de Comunicação do Sind-UTE/MG, Marcelle Amador, classificou o governador como “fora da lei”, ao destacar que ele não cumpre a legislação que garante o Piso Salarial Nacional do Magistério.
\"É um governador fora da lei, que não cumpre a legislação do Piso Salarial Nacional, não valoriza e não respeita os trabalhadores e trabalhadoras, nem a escola pública\", afirmou Marcelle.

A dirigente Joeliza Vieira Gama, da região do Vale do Jequitinhonha, destacou a principal demanda da pauta apresentada: a aplicação do reajuste de 6,27% no Piso Salarial Profissional Nacional, conforme estabelecido pela portaria 77 do MEC, vigente desde 1º de janeiro de 2025. Ela também defendeu que o vencimento dos Auxiliares de Serviços da Educação Básica (ASB) seja atualizado anualmente, em janeiro, para que não fique abaixo do salário mínimo nacional.


Joeliza lembrou que o sindicato tem buscado diálogo com o governo, mas não obtém retorno. “O governo diz que está dialogando, mas não é conosco”, declarou. Ela também enfatizou o histórico da luta pelo Piso, citando a greve de 112 dias e a lei 21.710, aprovada em 2015, que foi posteriormente questionada judicialmente pelo governador.



A questão da falta de vontade política por parte do governo estadual também foi abordada por Marilda de Abreu Araújo, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Segundo ela, nada impede legalmente que o piso seja pago integralmente, e a ausência de pagamento decorre exclusivamente de falta de iniciativa do Executivo. Marilda ainda chamou atenção para a posição de Minas Gerais no cenário nacional.
\"Minas é um dos estados com os piores salários do país, o que é uma vergonha para quem tem a terceira maior arrecadação\", disse.

A CNTE convocou o sindicato mineiro a se engajar na Semana da Educação, programada para começar em 22 de abril, com previsão de paralisação nacional no dia 23.


Além da reivindicação pelo reajuste do piso, a pauta completa apresentada pelo Sind-UTE/MG inclui demandas como o pagamento imediato de verbas retidas, recomposição salarial de 74,43%, realização de concursos públicos, concessão de promoções por escolaridade, e revogação de projetos que envolvem privatizações e terceirizações nas escolas públicas.



Outros pontos destacados incluem reajuste no valor do auxílio transporte, implementação de adicional de insalubridade para ASBs, fim dos sábados letivos, adoção de teto previdenciário conforme o Regime Geral, e o cumprimento integral das metas dos planos estadual e nacional de educação. O sindicato também cobra diálogo permanente com o governo para tratar de legislações que impactam diretamente a vida funcional dos educadores.



Com esse movimento, os profissionais da educação básica de Minas iniciam o ano letivo reforçando a exigência por valorização, respeito e condições dignas de trabalho, mantendo viva a mobilização por uma escola pública de qualidade e por direitos historicamente conquistados.


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