Grupos se beneficiam com crise de migração para os EUA, denunciam entidades
Uma grande rede tem alcançado quantias milionárias se beneficiando de pessoas que cruzam a fronteira
Por Plox
09/05/2019 06h43 - Atualizado há cerca de 6 anos
A fronteira do México com os Estados Unidos tem se mostrado um negócio bastante lucrativo para diversos grupos. De empresas aéreas, a dons de albergues, traficantes de seres humanos a policiais corruptos. Uma grande rede tem alcançado quantias milionárias se beneficiando de pessoas que cruzam a fronteira em busca de uma vida melhor em solo americano. O presidente Donald Trump pretende cobrar uma taxa daqueles que buscam ser acolhidos no país e para quem vai requerer autorizações provisórias de trabalho até que o asilo seja avaliado.
Fronteira do México com os Estados Unidos é um negócio bastante rentável -Foto: David Peinado/EFE
Empresas gerenciadoras de detenções de imigrantes não regulamentados estão entre os que mais lucram. Somente em 2019, a Geo Group lucrou alcançou US$ 40 milhões, o equivalente a R$ 157 milhões. Já a Corecivic conseguiu nos três últimos meses do ano passado, uma soma de US$ 41 milhões, aproximadamente R$ 161 milhões. Aqueles que transportam os imigrantes da fronteira até a detenção e as empresas áreas que os deportam também levam uma imensa fatia nos lucros. Desde ano passado, foram US$ 722 milhões ou R$ 2,8 bilhões.
Como os espaços para recepção dos imigrantes já estão se tornando escassos, igrejas e abrigos recebem dinheiro público para os acolher de maneira temporária. Porém, nem sempre há clareza na contabilidade do dinheiro, como denuncia fundador do grupo Somos América, Roberto Reveles. “Infelizmente existem pessoas ganhando com a tragédia". Outra que reclama é a fundadora e diretora-executiva do One Hundred Angels, entidade que aprovisiona apoio médico a albergues, Cecilia García. "Atendemos quase nove mil imigrantes, trabalhamos com 50 médicos e voluntários, damos assistência médica e dental. Gastamos, em média, US$ 10, equivalente a R$ 39, por pessoa e os fundos não chegam para a gente. Tudo vai para as igrejas e delas não recebemos nada".