Retomada da construção da usina nuclear Angra 3 planejada para o segundo semestre

Estudo do BNDES sobre aspectos econômico-financeiros será entregue em julho

Por Plox

09/05/2024 10h21 - Atualizado há 4 meses

O projeto de Angra 3, iniciado na década de 1980, está programado para ter sua construção retomada neste segundo semestre. Em recente declaração à Agência Brasil, Raul Lycurgo, presidente da Eletronuclear, revelou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentará, provavelmente em julho, um estudo detalhado abrangendo a modelagem econômico-financeira e jurídica do projeto. Esse documento, uma vez validado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), seguirá para aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Conselho Nacional de Pesquisa Energética (CNPE).

Foto: Divulgação PAC

A consulta pública, iniciada em 21 de março, marca o começo da preparação para a futura licitação. "Isso não é a licitação; é só a consulta pública da minuta", esclareceu Lycurgo. A previsão é que o processo licitatório seja aberto até o final do primeiro semestre de 2025.

 

Avanço da obra e previsões futuras

Atualmente, cerca de 65% do projeto de Angra 3 está completo, com significativos avanços já realizados na aquisição de equipamentos necessários. Lycurgo destacou que, apesar de uma construção nuclear ser complexa, grande parte do projeto envolve apenas a edificação estrutural. "O grosso de uma usina nuclear são os equipamentos. A construção é complexa, mas é puro concreto. Em termos de percentual, a obra civil é muito pequena", explicou.

Prevê-se que Angra 3 estará operacional até 2030, promovendo não apenas a geração de energia, mas também criando empregos e estimulando a economia local. A perspectiva é de finalizar a construção e iniciar as operações sem mais adiamentos, priorizando a conclusão deste empreendimento em detrimento da discussão sobre novas usinas nucleares. Até agora, a Eletronuclear investiu mais de R$ 10 bilhões no projeto, incluindo R$ 3,5 bilhões apenas em acelerações recentes.

 

Prioridade atual e custos de inatividade

Lycurgo também sublinhou a importância de concentrar esforços em Angra 3, considerando o custo elevado das paralisações anteriores. "Precisamos fazer o empreendimento e entregar", afirmou. A cada dia sem atividades, o projeto acumula custos significativos com pessoal e a manutenção dos 11,5 mil equipamentos já adquiridos para a usina. Desde 2010, foram realizadas mais de 400 contratações via concurso público, evidenciando o comprometimento com o avanço do projeto.

Destaques