Alta de alimentos pressiona inflação mesmo com desaceleração em abril
Batata-inglesa, tomate e café continuam subindo e mantêm pressão no orçamento das famílias, mesmo com IPCA menor no mês
Por Plox
09/05/2025 12h00 - Atualizado há 1 dia
A inflação no Brasil deu sinais de alívio em abril, mas o impacto dos alimentos no orçamento das famílias continua forte. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,43% no mês, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), número inferior aos 0,56% de março.

Mesmo com a desaceleração, esse foi o maior IPCA para um mês de abril desde 2023. No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 5,53%, superando os 5,48% registrados anteriormente e ficando acima da meta central de 3% do Banco Central, cujo teto é de 4,5% para 2025.
O grupo Alimentação e bebidas seguiu como o maior responsável pela pressão inflacionária, com aumento de 0,82%. Produtos básicos tiveram elevações significativas: a batata-inglesa subiu 18,29%, o tomate teve alta de 14,32% e o café moído ficou 4,48% mais caro.
Alguns itens, no entanto, aliviaram um pouco o cenário: a cenoura caiu 10,40%, o arroz teve queda de 4,19% e as frutas ficaram 0,59% mais baratas.
Também contribuiu para o aumento da inflação o grupo Saúde e cuidados pessoais, que subiu 1,18% após o reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos autorizado pelo governo no fim de março. Produtos de higiene pessoal também ficaram mais caros, com alta de 1,09%.
Por outro lado, o grupo Transportes registrou deflação de 0,38%. A queda foi puxada por uma redução de 14,15% nas passagens aéreas e recuos nos combustíveis: gasolina (-0,35%), etanol (-0,82%) e diesel (-1,27%).
No panorama regional, Porto Alegre apresentou a maior inflação do país em abril, com 0,95%, impulsionada pelo aumento da energia elétrica e do tomate. Já Brasília teve a menor variação entre as capitais, com apenas 0,04%, reflexo da queda nos preços das passagens aéreas e combustíveis.
Apesar do ritmo menor da inflação geral, os alimentos continuam sendo os principais vilões do orçamento das famílias brasileiras, especialmente entre as de menor renda, mantendo o cenário de atenção aos preços nos supermercados.