Jiu-Jitsu transforma limites em conquistas para crianças atípicas

Pedagoga e faixa preta, 'Tia Marcinha' explica os impactos positivos da arte marcial no desenvolvimento infantil

Por Plox

09/05/2025 17h24 - Atualizado há 5 dias

A professora de Jiu-Jitsu e pedagoga Marciana Domingues, conhecida carinhosamente como 'Tia Marcinha', compartilhou uma importante reflexão sobre os impactos positivos da arte marcial na vida de crianças com transtorno do espectro autista. Faixa preta e com experiência no tatame ela elenca seis benefícios que considera fundamentais para o desenvolvimento dessas crianças.


Imagem Foto: Reprodução / Marciana 


Segundo Tia Marcinha, o primeiro grande ganho está no estímulo à coordenação motora e à consciência corporal. Crianças com autismo podem apresentar dificuldades na execução de movimentos e controle do próprio corpo, mas, por meio de atividades lúdicas e progressivas, o Jiu-Jitsu trabalha habilidades como o equilíbrio, a noção espacial e o domínio corporal de forma eficaz e divertida.


O segundo ponto abordado por ela é o fortalecimento da socialização. Durante os treinos, as crianças interagem com colegas e instrutores, aprendem a esperar sua vez, seguir regras e se comunicar, tudo em um ambiente seguro e preparado para oferecer conforto e respeito às suas necessidades.


Imagem Foto: Reprodução / Marciana 


A prática também contribui diretamente para a comunicação. Mesmo sendo uma atividade predominantemente corporal e silenciosa, o Jiu-Jitsu exige atenção a comandos, gestos e interações não verbais. Isso desenvolve a escuta ativa e a capacidade de compreender o comportamento do outro, ferramentas essenciais para o dia a dia da criança atípica.


Outro ponto enfatizado por Marciana é a autoconfiança e a autoestima. A cada nova técnica dominada e a cada faixa conquistada, a criança sente que é capaz. Essas pequenas conquistas reforçam sua autoestima, estimulam a motivação e fortalecem a coragem para enfrentar desafios dentro e fora do tatame.


Imagem Foto: Reprodução / Marciana 


O quinto benefício é a regulação emocional. A intensidade dos treinos ajuda na liberação de energia acumulada e no alívio do estresse. Isso, segundo a professora, permite que a criança desenvolva o autocontrole e aprenda a lidar com frustrações, mudanças e dificuldades rotineiras por meio da disciplina imposta pelo esporte.


Por fim, Tia Marcinha ressalta a importância da inclusão e do sentimento de pertencimento. No Jiu-Jitsu, cada aluno é respeitado de acordo com seu ritmo e potencial.
“A criança se sente acolhida pelo ambiente. Isso é o que faz a diferença. O pertencimento é isso: ela perceber que faz parte daquele espaço”


Para ela, criar um ambiente preparado para abraçar as diferenças é essencial para que a criança atípica se sinta segura, respeitada e integrada. Essa missão, que une educação e arte marcial, é levada a sério por Marciana e sua equipe.


Destaques